A intimidação russa sobre “o uso de armas nucleares é uma séria ameaça à paz e segurança da comunidade internacional e é absolutamente inaceitável”, disse o líder do Japão, único país já atingido por bombas atómicas.
Em maio de 2023, Kishida deve receber os líderes dos países do G7 em Hiroshima, cidade atingida por uma bomba nuclear norte-americana em 06 de agosto de 1945 que matou 140 mil pessoas. A cidade japonesa de Nagasaki foi bombardeada três dias depois.
Para o primeiro-ministro japonês, o período atual de 77 anos sem a utilização de armas nucleares “nunca deve terminar”.
“Se a arma nuclear fosse um dia usada, constituiria um ato hostil contra a humanidade (…); a comunidade internacional nunca autorizará tal ato”, sublinhou, descrevendo a atitude ameaçadora do Presidente russo Vladimir Putin como “profundamente perturbadora”.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, em várias ocasiões, expressou a sua disposição de usar armas nucleares táticas.
Em 13 de outubro, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, advertiu que um potencial ataque nuclear da Rússia à Ucrânia desencadearia uma “resposta militar” ocidental tão “poderosa” que “aniquilaria” o exército russo.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
O Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU indicou na sexta-feira que, desde 24 de fevereiro, a guerra já fez 15.956 vítimas civis: 6.322 mortos e 9.634 feridos.
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