No final do congresso do Livre, Joacine Katar Moreira, deputada única do partido, reconheceu que daqui em diante é necessário que "haja cedências de parte a parte" e disse estar "ainda disponível" para isso mesmo.

Todavia, ressalvou, essas cedências não podem "inviabilizar a confiança dos eleitores" e devem ter por base "a verdade. Porque o que o que acho que não houve foi verdade".

A deputada recusou comentar a conversa de breves minutos que teve com Rui Tavares durante o congresso este domingo, dizendo apenas que os próximos tempos serão de encontros regulares e conversas para "verificar o pode ser melhorado".

Aos jornalistas, a deputada eleita em outubro apontou que, "efetivamente, não houve uma cisão" e que também "nunca houve uma unanimidade" dos órgãos face ao seu futuro.

"Eu ainda estou aqui, ainda sou deputada única e, especialmente, porque ontem [sábado] houve uma votação que a maioria dos militantes votaram para que eu iniciasse com a nova Assembleia, e com os novos órgãos, efetivamente a que houvesse maneira de eu ser ouvida", sublinhou antes de se ausentar do Congresso, que decorreu em Lisboa.

Também Rui Tavares, fundador do partido e reeleito hoje para a Assembleia do Livre, escusou comentar a conversa, remetendo sempre que questionado sobre uma conciliação para os recém-eleitos órgãos do partido a decisão sobre a retirada da confiança política da deputada, que deveria ter sido decidida neste congresso mas que foi adiada.

A nova direção (ou Grupo de Contacto) do Livre foi eleita este domingo durante o congresso do partido. Sem Joacine Katar Moreira, a lista A, a única lista candidata, foi eleita com 95 votos a favor e 15 em branco, de 110 possíveis.

No final do debate e votação das moções apresentadas ao Congresso, e antes do encerramento da reunião magna que decorre em Lisboa desde sábado, Paulo Muacho, membro da Comissão Eleitoral apresentou os resultados.

A ausência da deputada única do partido já era expectável, visto que não foi convidada a integrar a nova direção e não apresentou lista própria.

15 membros foram eleitos nesta lista, sete dos quais transitam da anterior direção, lista o Público, sendo eles Carlos Teixeira, Pedro Mendonça, Ana Raposo Marques, Isabel Mendes Lopes, Pedro Nunes Rodrigues, Safaa Dib e Patrícia Gonçalves. A estes sete membros acrescem Ana de Morais e Castro, Tomás Cardoso Pereira, Maria Janeiro, Filipa Pinto, Filipe Honório, Henrique Vasconcelos, João Monteiro e Teresa da Mota.

De saída, além de Joacine Katar Moreira, estão Eduardo Viana, Florbela Carmo, Jorge Pinto, José Manuel Azevedo, Marta Costa e Paulo Muacho.

Já o Conselho de Jurisdição, a também única lista concorrente teve 66 votos e 15 foram nulos, de um total de 109.

Para a Assembleia – órgão máximo entre congressos – houve 105 votos válidos e quatro nulos (também de um total de 109). Os candidatos apresentam-se individualmente.

A Assembleia do Livre é composta por até 50 membros, dos quais 25 homens e 25 mulheres.

O candidato mais votado foi o fundador do partido, Rui Tavares, com 63 votos, seguindo-se Jorge Pinto, com 60 votos. Entre as mulheres, Patrícia Robalo teve 49 votos e Inês Cisneiros, 45.

A presidente da mesa do Congresso, e até agora coordenadora da Assembleia, Ana Natário, conseguiu 31 votos e fará mais um mandato.

O primeiro dia do congresso, no sábado, ficou marcado pelo debate em torno da possibilidade de ser retirada a confiança política a Joacine Katar Moreira, que recusou renunciar ao mandato de deputada.

O congresso decidiu que essa decisão caberá aos novos órgãos do partido que serão hoje eleitos, razão pela qual não será votada este domingo, como estava planeado, uma moção que pedia a saída da deputada da Assembleia da República ou a retirada da confiança política do Livre em Joacine Katar Moreira.

(Notícia atualizada às 15:26)

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.