“O futuro vai ver a consolidação cada vez mais forte desta cooperação”, disse Gomes Cravinho na abertura do XVIII Encontro de Saúde Militar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que decorre em Lisboa.
Em retrospetiva, o ministro da Defesa recordou que no momento inicial da criação da organização, “não se imaginava” que o setor da Defesa seria uma área privilegiada para a cooperação entre os Estados membros, mas que “não foi preciso passar muito tempo” para se tornar num dos elementos fundamentais para a CPLP.
Para João Gomes Cravinho, existe uma vontade de cooperação e frisou que há experiências “convergentes e divergentes” que dão a base a sinergias e a processos de aprendizagem comuns que - inclusivamente - deram origem ao protocolo de cooperação nesta área assinado em 2006 na Cidade da Praia, Cabo Verde.
“As Forças Armadas são hoje em dia um aspeto importante na CPLP e na realidade prática dos trabalhos da organização”, sublinhou referindo-se aos aspetos relacionados com a cooperação.
“As nossas Forças Armadas e as Forças Armadas dos diferentes países da CPLP manifestaram a vontade de trabalharem juntos, de desenvolverem contactos, compararem experiências”, destacou João Gomes Cravinho considerando que uma das componentes importantes no domínio da Defesa é a saúde militar.
“Nós olhamos para a área da saúde militar como uma área que pode ajudar a promover a saúde pública no seu relacionamento com as comunidades locais (…). Extravasa os limites da atuação estrita das Forças Armadas e oferece um serviço mais alargado ao público, por via da formação, por via, às vezes da consulta direta e por via também dos exemplos que a saúde militar pode dar à saúde pública nos respetivos países”, afirmou referindo-se, ao mesmo tempo, que existem “contextos muito diferenciados”.
O XVIII Encontro de Saúde Militar da CPLP reúne na Fundação Champalimaud representantes e especialistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Entre outros assuntos o congresso vai analisar o “ensino de técnicas de emergência em combate” (Marinha Portuguesa), aspetos da formação em Medicina Aeronáutica e Evacuações Aeromédicas (Força Aérea Portuguesa), relato da experiência no combate ao controlo da Epidemia da Febre Hemorrágica de Marburg em Angola e sobre a malária vai decorrer uma comunicação sobre a “problemática da quimioprofilaxia e tratamento em contexto militar”.
Vão ser debatidas também questões relacionadas com a logística, medicina preventiva e no âmbito dos aspetos sobre proteção e apoio sanitário uma comunicação sobre perturbação pós stress traumático no contexto da saúde militar e a apresentação de um projeto sobre a prevalência de distúrbios do consumo de álcool em militares portugueses integrados em Forças Nacionais Destacadas.
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