Humberto Andrés Coronel Godoy, jornalista de 33 anos, tinha vindo a receber ameaças de morte quando foi atacado.

O jovem jornalista ia a entrar no seu carro, depois de sair da emissora de rádio Amambay 570 AM, onde trabalhava. De acordo com a polícia, o ataque deu-se depois do meio-dia.

Coronel Godoy tinha denunciado, semanas antes, as ameaças de morte que recebeu num bilhete escrito em português. O bilhete, sobre o qual a imprensa repercutiu, dizia que o jornalista sabia demais e pedia que esquecesse as coisas que sabia ou seria executado.

Naquele momento, o jornalista disse desconhecer a origem das ameaças.

O meio para o qual trabalhava pertence à família do ex-autarca de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, morto a tiro em maio passado numa rua do centro da cidade.

O delegado Nery Portillo, que trabalha no departamento de Amambay, explicou que as ameaças contra o jornalista datam desde junho. "Disseram-lhe que se calasse e suspendesse uma investigação que estava a fazer", relatou. A Polícia ofereceu-lhe proteção, mas ele não aceitou, acrescentou o delegado.

O Sindicato dos Jornalistas do Paraguai convocou uma manifestação para esta quarta-feira em frente ao ministério do Interior para repudiar o crime e exigir justiça e segurança.

Em 2016, indivíduos não identificados lançaram duas granadas de mão contra o prédio da emissora que não chegaram a explodir, lembrou o Sindicato de Jornalistas, que repudiou o fato e pediu punição aos culpados.

A cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero é separada por uma avenida da sul-matogrossense Ponta Porã. A cidade binacional é considerada local de trânsito de marijuana e cocaína procedentes da Bolívia e com destino a São Paulo e Rio de Janeiro.