“Os primeiros M270 MLRS chegaram! Eles serão uma boa companhia para os [sistemas de artilharia de longo alcance de fabrico norte-americano] Himars no campo de batalha”, escreveu o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, nas redes sociais.
Os foguetes de precisão dos EUA deram um impulso ao Exército ucraniano, desde que foram entregues em junho, alterando o equilíbrio de poder no campo de batalha o que pode levar Moscovo a desacelerar a ofensiva, defendem especialistas.
A Ucrânia reivindica ter destruído, desde meados de junho e com recurso ao sistema de artilharia de precisão Himars, mais de 20 importantes depósitos de munições e postos de comando russos, que antes estavam demasiado distantes para serem alcançados por projéteis tradicionais.
Contudo, os especialistas avisam que as novas armas não constituem uma solução milagrosa, sendo necessário mais poder de fogo para que a Ucrânia continue a resistir às investidas do Exército russo.
Os Himars — a sigla para “M142 High Mobility Artillery Rocket System” – são vários lançadores de foguetes montados em armaduras leves, logo móveis, que disparam munições guiadas por GPS, com um alcance de aproximadamente 80 quilómetros.
Ao contrário da artilharia usada até agora por ambos os lados, estas armas podem atingir um alvo preciso, pelo que devem ser usados com parcimónia e fiabilidade.
Com a nova entrega, o Exército ucraniano passou a ter 12 lançadores, que podem ser equipados com seis projéteis ao mesmo tempo e centenas de munições.
Além da sua precisão, estes foguetes voam rápido e baixo o suficiente para impedir que as defesas anti-aéreas russas os intercetem facilmente.
Mas os Himars não são o único trunfo do Exército ucraniano: desde junho, a Ucrânia recebeu poderosas peças de artilharia de outros aliados, como o canhão Caesar, de fabrico francês.
Washington anunciou na semana passada que entregará mais mil projéteis de precisão.
Para o analista militar Christopher Dougherty, do Centro para uma Nova Segurança da América, a falta de preparação dos russos para a chegada dessas armas, que “não era segredo”, é “surpreendente”.
“Os russos foram, mais uma vez, muito lentos a adaptar-se”, explicou este investigador.
De acordo com Phillips O’Brien, professor da Universidade escocesa de Saint Andrews, os Himars fazem parte de uma estratégia maior destinada a prejudicar a logística russa e a repelir as suas defesas aéreas.
Ao mesmo tempo, Kiev está a tentar convencer Washington a fornecer mísseis ATACMS, compatíveis com lançadores Himars e com alcance de 300 quilómetros, mas o Presidente Joe Biden tem-se mostrado renitente, alegando o risco de eles poderem atingir território russo.
Contudo, Fedir Venislavskyi, um oficial ucraniano, confirmou na quarta-feira que decorrem “negociações a todos os níveis com representantes dos EUA sobre a necessidade de fornecimento de munições Himars de longo alcance”.
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