As tropas russas saíram pouco antes desta localidade situada a 30 quilómetros a norte de Kharkiv, a segunda principal cidade na Ucrânia e um ponto importante de abastecimento dos militares russos.

O simbolismo do içar da bandeira nesta localidade é mais relevante dada a saída das tropas russas da região dos arredores de Kharkov, quer a norte, quer a sul, conforme foi noticiado no sábado e confirmado pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Já hoje, as autoridades militares da Ucrânia tinham anunciado que as suas tropas recapturaram mais de 3.000 quilómetros quadrados de território em setembro das forças russas, durante uma contraofensiva no nordeste da Ucrânia.

“Desde o início de setembro, mais de 3.000 quilómetros quadrados retornaram ao controlo ucraniano”, disse Valerii Zaluzhnyi, comandante-em-chefe do Exército ucraniano, num comunicado.

A Rússia anunciou no sábado que havia “retirado” as suas forças presentes “nas regiões de Balakliia e Izium”, a fim de “fortalecer” o seu sistema em torno de Donetsk, mais ao sul, uma das capitais dos separatistas pró-russos.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.