A decisão foi tomada pelo juiz brasileiro Marcelo Bretas, responsável pelas investigações no estado do Rio de Janeiro sobre os desvios milionários que ocorreram na empresa estatal petrolífera Petrobras e um vasto esquema de corrupção de dimensão internacional.
Os investigadores da Lava Jato suspeitam que o ex-presidente paraguaio tenha ajudado na fuga de Darío Messer, brasileiro que negociava dólares no mercado paralelo, e que foi preso em São Paulo em julho passado, depois de fugir do Paraguai, informou o portal de notícias brasileiro G1.
Segundo as investigações, Messer liderou uma sofisticada rede de branqueamento de capitais transnacional que movimentou milhões de dólares nas últimas décadas e foi uma figura essencial para a prática de crimes como corrupção e sonegação de impostos investigados na Lava Jato.
Darío Messer enfrenta vários processos judiciais no Brasil e no Paraguai desde o final dos anos de 1980, sendo suspeito de transferir dinheiro de forma irregular para políticos e empresários.
A operação realizada hoje foi batizada com o nome de “Patrón” e inclui 20 ordens de prisão em diferentes endereços nos estados brasileiros do Rio de Janeiro, São Paulo, e no município de Ponta Porã, localizado na fronteira do Brasil com o Paraguai, segundo um comunicado da Polícia Federal.
A ação é realizada por cem agentes da Polícia Federal brasileira, juntamente com funcionários do Ministério Público Federal e do Tesouro.
Os nomes dos investigados nesta operação, alguns dos quais residem no Paraguai e nos Estados Unidos da América, foram incluídos na lista da Interpol, informaram as autoridades brasileiras.
Messer também é investigado no Paraguai, onde as autoridades suspeitam que ele, o seu filho e o primo de Horacio Cartes, de quem a imprensa paraguaia diz que Messer era amigo, teriam realizado operações irregulares naquele país por um valor de 40 milhões de dólares (36,1 milhões de euros).
A Justiça concedeu a Messer a nacionalidade do Paraguai em 2017 porque ele residia naquele país desde 1993, mas retirou-a um ano depois quando as autoridades paraguaias descobriram que o brasileiro estava “sendo investigado por integrar uma organização criminosa” focada em branqueamento de capitais de dinheiro derivado de corrupção através da compra e venda de dólares americanos.
A operação Lava Jato, iniciada em 2014, desvendou um vasto esquema de corrupção envolvendo a petrolífera Petrobras e outros órgãos públicos brasileiros, que levou à prisão de empresários, ex-funcionários públicos e políticos.
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