Em causa estão as portarias da Secretaria de Estado da Proteção Civil publicadas na terça-feira em Diário da República sobre os montantes de investimentos previstos para equipamentos de proteção individuais florestais para os bombeiros e para a Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS), da Guarda Nacional Republicana.
“Feitas as contas aos investimentos em equipamento de proteção individual ali previstos, um bombeiro recebe nove vezes menos que um militar da UEPS da GNR”, denuncia a LBP, em comunicado, recordando que os bombeiros são os principais agentes da proteção civil em Portugal.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da LBP, António Nunes, explicou que, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estão envolvidos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 1.140 militares da UEPS e 20.000 bombeiros.
O conjunto de investimentos previstos para os bombeiros é de cerca de seis milhões, contra três milhões estabelecidos para a UEPS/GNR.
“Face a esta situação e dividindo os seis milhões por 20 mil bombeiros e dividindo os três milhões por 1.140 militares da GNR , facilmente se chega à conclusão que, enquanto para um bombeiros são cerca de 297 euros, para um militar da GNR são cerca 2.800 euros”, disse António Nunes.
O presidente da Liga sublinhou que “o perigo desta situação” é que “os 280 euros não chegam para comprar um equipamento para cada um dos 20 mil bombeiros”.
“O quer vai acontecer é que a ANEPC vai ter que escolher de entre os corpos de bombeiros disponíveis para dotar com equipamentos de proteção individual. Alguns vão ficar com equipamentos novos outros não”, sustentou, considerando esta “discriminação inaceitável”.
António Nunes frisou que cada militar da UEPS vai ter “mais do que um equipamento”.
O responsável deu conta que a LBP chegou a esta conclusão pelos números da ANEPC.
“Essa situação é inaceitável porque os bombeiros de Portugal são a principal força de combate aos incêndios florestais e continuam mais uma vez a discriminar os bombeiros no combate aos incêndios florestais”, disse, defendendo critérios idênticos.
O presidente da LBP lamentou ainda que as corporações de bombeiros acabem, muitas vezes, adquirir equipamentos através “de subsídios das câmaras municipais ou beneméritos”.
“Andamos sempre de mão estendia em vez de se encarar o problema de maneira diferente e dar os meios aos bombeiros”, concluiu.
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