O deputado único do Livre, Rui Tavares, interveio hoje no debate na generalidade do Orçamento do Estado por videoconferência, a partir de casa, por se encontrar de baixa com covid-19, uma solução acordada na terça-feira em conferência de líderes.

“Numa situação inflacionária com indícios já muito claros de recessão, um Orçamento do Estado não deve apenas possibilitar contas certas ao Estado, mas também contas certas das famílias, dos trabalhadores”, defendeu.

O deputado, que ainda não anunciou como irá votar a proposta do Governo na quinta-feira (absteve-se no último Orçamento), deixou já algumas propostas do partido para a especialidade, como a criação de um passe ferroviário nacional ou “uma inventariação” de edifícios que sejam património do Estado e que possam servir, temporariamente, como residências universitárias.

Por outro lado, Rui Tavares considerou necessário fazer “o ponto de situação” de medidas propostas pelo Livre e incluídas no Orçamento do Estado para 2022, como a possibilidade de as vítimas de violência doméstica acederem ao subsídio de desemprego ou outra que impede que a banca crie obstáculos a clientes que queiram mudar da taxa variável para a taxa fixa.

“O que vai fazer o Governo? (…) Se o Governo não está disposto a apoiar as pessoas agora, não conseguirá evitar uma recessão ou que ela seja mais profunda”, alertou.

Na resposta, António Costa disse “registar a visão construtiva” de Rui Tavares e prometeu analisar as propostas do Livre, tal como aconteceu no anterior Orçamento.

“E a ver se temos também um ponto de entendimento”, apontou.

O primeiro-ministro disse partilhar da visão do Livre na questão de fundo: “É preciso apoiar as pessoas, as empresas para que resistam a este choque brutal sem aumentar a espiral inflacionista, é preciso tomar medidas extraordinárias que não se consolidem de forma permanente”.

“O futuro não podemos comprometer”, salientou Costa.