"Primeiro, eu nem utilizei a palavra 'Holocausto'. 'Holocausto' foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha", disse Lula em entrevista à RedeTV, segundo um excerto entretanto divulgado.

"Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender, porque eu conheço o cidadão [Netanyahu] historicamente já há algum tempo. Eu sei o que ele pensa ideologicamente", acrescentou.

Lula acusou Israel em 18 de fevereiro de cometer um "genocídio" na Faixa de Gaza e comparou as ações do Exército israelita contra o movimento islamista Hamas com "quando Hitler resolveu matar os judeus".

Após essas declarações, Israel declarou Lula "persona non grata" e exigiu um pedido formal de desculpas. Além disso, convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer. Por sua vez, o Brasil chamou o seu embaixador para consultas e convocou o representante israelita em Brasília, Daniel Zonshine.

Lula insistiu nesta terça-feira que é um "dado histórico" que Netanyahu "está a praticar um genocídio contra mulheres e crianças" na Faixa de Gaza.

"O governo de Israel quer efetivamente acabar com os palestinianos" nesse território, afirmou.

O presidente do Brasil, cujo país preside o G20 este ano, condenou "os ataques terroristas" de 7 de outubro, quando comandos do Hamas mataram 1.160 pessoas, na maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelitas.

Mas ele tem sido cada vez mais crítico da resposta militar israelita, na qual quase 30.000 pessoas foram mortas em Gaza, na sua grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde desse território palestiniano governado pelo Hamas.