“Faremos o máximo” para que “ninguém cometa o irreparável”, realçou Macron à imprensa no segundo dia da sua visita ao Japão.
“É essencial hoje que todos os intervenientes diminuam a tensão”, acrescentou.
O chefe de Estado francês indicou que vai falar sobre o assunto na sexta-feira, na cimeira do G20 em Osaka, com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para “fazer tudo para evitar uma escalada de tipo militar”.
Na quarta-feira, Donald Trump garantiu que os Estados Unidos terão uma posição de força em caso de conflito com o Irão e que se houver guerra será de curta duração e sem necessidade de enviar tropas para aquele território.
“Não há guerra curta. Quando há um início de guerra, sabemos quando começa raramente sabemos quando termina”, alertou Macron.
Para o Presidente francês também é necessário “manter a pressão” sobre o Irão, em particular dos países europeus que assinaram o acordo nuclear iraniano concluído em Viena, Áustria, em 2015.
“Falei com o Presidente (iraniano Hassan) Rohani (ao telefone na terça-feira) para dizer que qualquer saída do acordo nuclear seria um erro e qualquer sinal nesse sentido seria um erro”, afirmou Macron.
“O risco é que o Irão saia do acordo. E, assim, que a comunidade internacional deixe de poder acompanhar as atividades de enriquecimento”, salientou.
O chefe de Estado francês disse ainda que, segundo informações disponíveis para as autoridades francesas, o ‘drone’ [aparelho aéreo não-tripulado] norte-americano abatido em 20 de junho pelo Irão “estava na zona internacional” e não em território iraniano, como diz Teerão.
Já o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolaï Patrouchev, referiu na terça-feira que o avião não-tripulado dos EUA foi abatido no espaço aéreo iraniano e não no espaço aéreo internacional, como assegura Washington.
“Tenho informações do Ministério da Defesa russo de que esse ‘drone’ estava no espaço aéreo iraniano”, afirmou Patrushev, citado por agências de notícias russas. “Não vimos provas em contrário”, frisou.
Emmanuel Macron reiterou que Paris partilha o mesmo “objetivo estratégico” com os Estados Unidos, isto é, “o facto de que o Irão não pode prover de armas nucleares”.
As relações entre Washington e Teerão têm estado muito tensas desde o ano passado, quando Trump decidiu retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo sobre o nuclear e restabelecer sanções ao Irão.
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