Os dois chefes de Estado reuniram-se por ocasião da reunião do fundo de luta contra a sida, malária e tuberculose, em Lyon, França.
Macron considerou que a libertação de Kamto e de cerca de cem membros do seu partido, o Movimento para o Renascimento dos Camarões (MRC), no passado sábado, dia 05, é um “sinal forte”.
Maurice Kamto e os outros membros do MRC tinham sido detidos no final de janeiro, na sequência de manifestações pacíficas organizadas para contestar os resultados das eleições presidenciais.
Para o Presidente francês, esta medida representa “um bom começo”, tendo apelado ao seu homólogo camaronês para “aplicar efetivamente” o diálogo nacional lançado nas últimas semanas para tentar acalmar a crise nas regiões anglófonas do país.
Paul Biya terá assegurado a Macron a sua vontade em avançar nesta direção, de acordo com agência France-Presse.
Nas últimas semanas, o Governo camaronês organizou um “Grande Diálogo Nacional”, com o objetivo de resolver o conflito que atinge a parte ocidental do país há dois anos.
Desde 2017, o exército camaronês e separatistas anglófonos têm travado um conflito local que causou mais de três mil mortos, de acordo com organizações não-governamentais.
A associação Survie, que combate a francofonia africana, criticou a validação da “legitimidade internacional” concedida pelo Eliseu a Paul Biya, 86 anos, 37 dos quais à frente dos Camarões.
“A libertação do opositor Maurice Kamto e de uma centena dos seus apoiantes, poucas horas depois do encerramento deste ‘Biyálogo’ não é suficiente para tornar frequentável este regime, cujas políticas levaram à guerra”, afirmou Thomas Borrel, porta-voz da Survie, num comunicado.
Durante o Grande Diálogo Nacional, Paul Biya decretou a libertação de 333 presos políticos, assim como a retirada das acusações contra estes réus.
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