“Devemos voltar à mesa para discussões francas e exigentes sobre a atividade nuclear, a atuação do Irão na região, as suas atividades balísticas, mas também ter uma abordagem mais ampla do que são as sanções. Espero que possamos avançar nas próximas horas”, declarou Emmanuel Macron a alguns jornalistas à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.
Na segunda-feira o chefe de Estado francês anunciou que ia encontrar-se separadamente com os seus homólogos norte-americano e iraniano, numa tentativa de conseguir uma reunião bilateral entre Donald Trump e Hassan Rohani.
“Tive uma longa discussão de uma hora e meia com o presidente Rohani, que penso que permitiu esboçar vias de passagem. Elas são ténues”, disse hoje.
Macron classificou a reunião de “extremamente direta e precisa”, adiantando que existe tensão devido aos ataques contra a Arábia Saudita atribuídos ao Irão.
“Falámos do que é importante e sobretudo procurámos vias e propostas de solução”, disse ainda.
O presidente francês advertiu que “se não forem encontrados os termos de uma negociação corre-se o risco de uma escalada e a menor provocação pode levar a reações exageradas”, assinalando que tal deve ser “absolutamente evitado”.
Emmanuel Macron deve encontrar-se hoje com Donald Trump.
As relações entre Washington e Teerão agravaram-se na sequência da decisão unilateral de Trump de retirar os Estados Unidos em maio de 2018 do acordo nuclear, assinado entre o Irão e as principais potências três anos antes, restabelecendo duras sanções à República Islâmica.
O ataque contra instalações petrolíferas na Arábia Saudita no dia 14 fez subir a tensão militar na região do Golfo Pérsico.
Reivindicados pelos rebeldes Huthis adversários de Riade na guerra do Iémen, os ataques foram atribuídos ao Irão, inicialmente pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.
Na segunda-feira Reino Unido, França e Alemanha (três dos signatários do acordo nuclear de 2015) consideraram num comunicado conjunto não haver “outra explicação possível” a não ser a responsabilidade do Irão nos ataques, acusações que Rohani qualificou hoje de infundadas.
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