“À entrada reconheceu-me logo e recordámos quando estivemos juntos, nomeadamente em Fátima”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado após a celebração, na basílica catedral Santa Maria la Antigua, no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude que decorrem até domingo na capital do Panamá.

“Depois, quando foi cumprimentar, a certa altura durante a missa, as personalidades, alguns dos cardeais e representantes de outras igrejas”, declarou o chefe de Estado português.

Já no final, o Papa Francisco contou-lhe uma história “muito curiosa”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa.

“À saída foi que tinha tido uma troca de correspondência com o arcebispo Tolentino [Mendonça] sobre dois artigos relativos a Santo António e, a certa altura, nessa troca de correspondência, dizia-se ‘Santo António de Pádua’ e ele acrescentou, ‘de Lisboa, não é de Pádua, de Lisboa’”.

Esse foi o terceiro momento em que o chefe de Estado português esteve com o Papa Francisco.

Em 17 de março de 2016, oito dias após ter tomado posse, o Presidente da República viajou para Roma, naquela que foi a sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro.

Então, Marcelo Rebelo de Sousa, assumidamente católico praticante, justificou a escolha do Vaticano: "Trata-se do reconhecimento perante a entidade que foi a primeira a reconhecer Portugal como Estado independente".

A independência de Portugal e o título de rei a Afonso Henriques foram reconhecidos pelo Papa Alexandre III em 1179.

No encontro, de cerca de meia hora, o chefe de Estado entregou a Francisco um convite formal do Estado português para que visitasse Portugal em 2017, no centenário dos acontecimentos de Fátima.

No final do encontro, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se feliz com a resposta ao convite, sem revelar pormenores.

A visita de Francisco a Portugal confirmou-se e, em maio do ano seguinte, por ocasião da viagem de 24 horas que o Papa fez a Fátima, no âmbito do centenário dos acontecimentos na Cova da Iria, e para canonizar os beatos Francisco e Jacinta Marto, Marcelo Rebelo de Sousa esteve de novo com o Papa.

No dia 12 de maio, Francisco e Marcelo reuniram-se a sós durante dez minutos, na Base Aérea de Monte Real, Leiria, onde aterrou o avião papal.

No dia seguinte, assim que o chefe de Estado do Vaticano deixava Portugal para regressar a Roma, o Presidente da República, que acompanhou em permanência a deslocação de Francisco como Presidente da República e peregrino, enviou-lhe uma mensagem de agradecimento.

"Portugal agradece a inesquecível peregrinação de Vossa Santidade a Fátima", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa.