Num depoimento em vídeo gravado e exibido na cerimónia de apresentação do livro “Direito ao Futuro: por um mundo mais justo, mais verde e mais seguro", Marcelo Rebelo de Sousa explica por que optou por não estar hoje na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

“Não podendo estar presente hoje como gostaria devido ao período praticamente pré-eleitoral que traria outros significados à presença do Presidente da República, não quero deixar de enviar um abraço de amizade antiga ao professor Jorge Moreira da Silva”, refere o chefe de Estado.

Num vídeo de pouco mais de um minuto, o Presidente agradece ao antigo vice-presidente do PSD “o papel que tem desempenhado” na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) “ao serviço das causas que são suas desde sempre”, como o desenvolvimento sustentável, as alterações climáticas ou a preocupação com o diálogo intergeracional.

“Tudo isso tem marcado a sua carreira e a sua atividade, numa vocação que o tem definido, a sua vocação internacional, e a obra traduz isso mesmo”, disse, referindo-se ao livro hoje lançado, editado pela Caleidoscópio, e que reúne artigos publicados entre 2016 e 2021 na imprensa nacional e estrangeira.

“À distância lhe desejo que continue a servir Portugal a nível internacional da forma competente e devotada como o tem feito até agora”, conclui o Presidente da República, na mensagem em vídeo.

Na cerimónia, marcaram presença o anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e muitos dos membros do executivo PSD/CDS-PP que liderou, como Paulo Portas (que apresentou o livro), Maria Luís Albuquerque, Assunção Cristas, Pires de Lima, Mota Soares, Marco António Costa, Paulo Macedo, Paulo Núncio, Fernando Leal da Costa ou Jorge Barreto Xavier.

Jorge Moreira da Silva é, desde 2016, diretor para a Cooperação e Desenvolvimento na OCDE em Paris, onde lidera o secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento, e fundador do grupo de reflexão Plataforma para o Crescimento Sustentável.

Foi líder da Juventude Social-Democrata, deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.

Em novembro do ano passado, defendeu a realização de um congresso extraordinário do PSD para clarificar a estratégia de “coligações e entendimentos” da direção de Rui Rio e atacou a “traição” aos valores do partido pela solução governativa nos Açores, com o Chega.

Em entrevista ao JN/TSF este verão, admitiu poder vir a “fazer uma reflexão” quanto a uma futura candidatura à liderança do partido, mas nunca antes das autárquicas de 26 de setembro.

“Não quero distrair as pessoas do essencial. Temos eleições autárquicas agora e temos de começar de novo e não recomeçar. Temos uma recuperação económica e social para liderar. Esta é uma altura para discutir ideias. A seu tempo se falará do que eu e outros poderemos vir a fazer num futuro congresso ou eleições diretas do PSD”, referiu, na entrevista.