O encontro com Volodymyr Zelensky ainda não tem hora prevista, mas na quarta-feira, assim que desembarcou na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi o chefe de Estado português confirmou que iria encontrar-se com Zelensky e, mais tarde, admitiu mesmo convidá-lo a visitar Lisboa em momento oportuno.

No primeiro dia da visita, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a algumas localidades nos arredores de Kiev que estiveram sob ocupação russa no início da invasão, há precisamente um ano e meio.

O Presidente da República reconheceu ter encontrado um país diferente daquele que o primeiro-ministro, António Costa, viu em maio de 2022, mas ainda pôde verificar as “cicatrizes” nas localidades temporariamente ocupadas pelas tropas russas à porta da capital.

Durante a tarde Marcelo participou na cimeira organizada pela “Plataforma da Crimeia” e considerou “um ruído” qualquer solução para o futuro da Ucrânia que não inclua a questão daquela península como parte do território do país – foi anexada pela Rússia em 2014.

A visita de Marcelo Rebelo de Sousa foi considerada “histórica” pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, por ser a segunda em 24 anos de um chefe de Estado português.

O chefe de Estado também entrou nas trincheiras para conhecer a realidade dos habitantes que se organizaram para repelir a invasão nos seus primeiros dias em Moshchun, localidade que foi dizimada e cuja reconstrução está ainda longe do fim. Só um outro Presidente fez o mesmo: Zelensky.

Por questões de segurança, a Presidência da República não revelou detalhes do resto da agenda.

As celebrações do 32.º aniversário do Dia da Independência vão realizar-se como no ano passado, sem a habitual parada e sem aglomerações nas ruas, por causa do risco de um bombardeamento russo.

Vários chefes de Estado e representantes de países que apoiam a Ucrânia estão presentes na comemorações.

Este ano estão dispostos na principal avenida de Kiev tanques e carcaças de veículos de combate russos capturados pelas tropas ucranianas.