A marcha, que partiu ao final da tarde de sábado, do National Mall, no centro de Washington, reuniu “mais de 10 mil” pessoas, estimou um dos organizadores, Siamak Aram, à agência France-Presse (AFP).
“Este é o quinto protesto semanal que fazemos em Washington e acho que é o maior”, acrescentou Aram, sublinhou que alguns dos manifestantes vieram de outras cidades americanas.
Foi o caso de Mahshid, 28, que veio de Boston, a 400 quilómetros da capital, vestindo uma t-shirt verde na qual estava estampado o slogan: “Ajude a libertar o Irão”.
“Não queremos mais esse regime tirano, que nos proíbe de usufruir dos nossos direitos humanos e da nossa liberdade”, declarou o arquiteto, que deixou o Irão há três anos.
Uma outra jovem segurava uma placa com uma madeixa de cabelo e uma mensagem: “O nosso cabelo pode incomodar-vos, mas o nosso espírito vai acabar convosco”.
No sábado, manifestações de apoio também ocorreram em Berlim e Tóquio.
Há mais de um mês que as autoridades iranianas enfrentam protestos contra a morte de uma jovem, detida pela polícia dos Costumes por alegadamente ter violado o código de vestuário islâmico no Irão, onde os véus são obrigatórios para todas as mulheres em espaços públicos.
Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida em Teerão a 13 de setembro e morreu três dias depois, o que desencadeou uma série de manifestações e uma onda de indignação internacional.
As autoridades iranianas têm respondido com violência aos protestos, onde muitas mulheres participaram sem o véu e entoaram slogans contra o governo.
Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes mas também membros das forças de segurança, foram mortas durante os protestos e há centenas de pessoas, incluindo mulheres, que foram presas, diz a AFP, sem apresentar números concretos.
Segundo o governo do Irão, os protestos, que incluem também o fecho de vários estabelecimentos, está a ser orquestrado pelos Estados Unidos.
“Os americanos continuam a trocar mensagens connosco, mas estão a tentar agitar” o movimento de protesto, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, durante uma visita à Arménia, num vídeo divulgado no sábado pelo seu ministério.
Os Estados Unidos “estão a tentar exercer pressão política e psicológica sobre o Irão para obter concessões nas negociações nucleares”, acrescentou, referindo-se às conversações indiretas entre Teerão e Washington, mediadas pela União Europeia.
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