A multidão terá depois dado pontapés aos cadáveres, que acabou por pendurar a uma torre elétrica, de acordo com a agência noticiosa norte-americana AP.

Os confrontos ocorreram no campo de refugiados de Tulkarem e num contexto de pressão sobre a sociedade palestina, que testemunha um agravamento da guerra entre Israel e o Hamas.

A agência noticiosa regista que o caso, que está a ser amplamente partilhado nas plataformas sociais, fazem lembrar o caos na Cisjordânia durante as revoltas de 1987 e 2000, onde alegados informadores eram mortos e os seus corpos eram exibidos em público.

Segundo um agente da autoridade palestiniano, um grupo de militantes no campo acusou dois palestinianos de ajudarem as forças de segurança israelitas num ‘raid’ em 06 de novembro.

Os dois alegados informadores tinham entre 20 e 30 anos, de acordo com o responsável, que falou sob condição de anonimato, uma vez que não estava autorizado a falar à comunicação social.

Um responsável palestiniano, que também falou nas mesmas condições de anonimato, confirmou que as forças de segurança tiveram conhecimento do incidente.

Após a morte dos dois homens, o grupo Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado do movimento Fatah, publicou uma mensagem em que dizia que a culpa não era do grupo, e que os dois alegados informadores “é que se prejudicaram a si próprios”.

Após os ataques do Hamas em território israelita, em 7 de outubro, com 1.200 mortos e 240 reféns, na Faixa de Gaza mais de 14.800 pessoas foram mortas na ofensiva israelita de retaliação, havendo ainda a registar 200 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém pelas forças de segurança israelitas e por ataques de colonos israelitas.