"Para obrigar os navios militares ucranianos a parar, foram usadas armas", declararam os serviços de segurança russos (FSB), afirmando que "os três navios da Marinha ucraniana foram revistados".

Antes, a Marinha de Guerra ucraniana tinha acusado a Rússia de capturar três navios militares no estreito de Kerch, depois de estes terem disparado na sua direção, o que terá deixado dois feridos do lado ucraniano.

O presidente ucraniano, Petro Porochenko, "denunciou um ato agressivo da Rússia, à procura de uma escalada premeditada" nesta região e convocou este domingo o gabinete militar, informaram comunicados oficiais.

"As forças especiais russas capturaram" esses três navios, anunciou em comunicado o comandante da marinha ucraniana, acrescentando que havia "informações segundo as quais dois marinheiros ucranianos estariam feridos".

Pouco antes, a Marinha ucraniana havia acusado a Rússia de atirar contra estas embarcações que tentavam entrar do Mar Negro no Estreito de Kerch, que separa a Crimeia da Rússia e marca o acesso ao Mar de Azov.

"Os navios blindados de artilharia 'Berdiansk' e 'Nikopol' foram atingidos por disparos do inimigo e não podem mais navegar. O rebocador 'Iany Kapu' teve que parar", acrescentou em comunicado a Marinha ucraniana.

As tensões no Mar de Azov dispararam neste domingo. A Ucrânia acusou a Rússia de colidir contra um navio ucraniano e, em seguida, impedir a sua passagem ao pequeno mar, situado entre a Crimeia e o leste da Ucrânia, cenário de uma guerra com os separatistas pró-russos.

Segundo a Marinha ucraniana, os guardas fronteiriços russos chocaram neste domingo contra um dos seus rebocadores no mar Negro, em frente à Crimeia, anexada em 2014 a Moscovo, no âmbito de ações abertamente agressivas contra navios ucranianos para impedir-lhes o acesso ao mar de Azov.

Em Bruxelas, a União Europeia e a Otan pediram um "tranquilizar" das tensões na região e pediram a Moscovo para "restaurar a liberdade de passagem" no estreito de Kerch.

"Nós esperamos que a Rússia restaure a liberdade de passagem pelo estreito de Kerch e chamamos todas as partes a agir com máxima moderação a fim de se ter êxito num serenar imediato da situação", declarou a UE em um comunicado. A NATO também apelou "à moderação", através de um porta-voz.

Os acontecimentos no mar de Azov mostram aonde pode levar "o desprezo às regras de base da cooperação internacional", considerou a UE em comunicado, destacando que "a construção da ponte de Kerch [pela Rússia] foi efetuada sem o consentimento da Ucrânia e constitui uma nova violação da soberania e da integridade territorial" deste país.

A UE "não reconhece e não reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia", concluiu o comunicado.

A NATO declarou, por sua vez, "apoiar totalmente a soberania da Ucrânia e a sua integridade territorial, inclusive os seus direitos de navegação em águas territoriais".

"Pedimos à Rússia para garantir um acesso sem obstáculos nos portos ucranianos no mar de Azov, conforme a lei internacional", concluiu uma porta-voz da NATO.

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