A maioria das mortes (23 óbitos e 91 feridos) foram relatadas em áreas controladas pelo Governo ucraniano nas regiões de Donetsk, Cherkasy, Chernihiv, Kharkov, Kherson e Lugansk, explicou a porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR, siga em inglês), Ravina Shamdasani, numa conferência de imprensa em Genebra.
“Os civis estão aterrorizados com uma possível escalada do conflito. Muitos deles estão a tentar deixar as suas casas e refugiarem-se da melhor forma possível”, disse a porta-voz.
O Governo ucraniano, por seu lado, elevou para pelo menos 137 o número de ucranianos mortos na invasão desencadeada pela Rússia, segundo o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
A porta-voz destacou ainda que “há uma guerra de informações” em curso, estando o Alto Comissariado a “receber muitas informações que depois de analisadas se revelam completamente falsas”, e que há relatos de jornalistas que estão a ser impedidos de trabalhar na zona de conflito.
“Devemos respeitar a proteção dos jornalistas e profissionais dos meios de comunicação, especialmente nestas circunstâncias, porque é crucial receber informações objetivas sobre a situação no terreno”, afirmou a porta-voz da OHCHR.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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