Os 29 ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da NATO, reunidos para celebrar os 70 anos da assinatura do tratado, aprovaram um pacote de medidas destinadas a aumentar a presença aliada no mar Negro, que tem sido um dos pontos de atrito nas relações com a Rússia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que os membros aliados tinham concordado com um conjunto de medidas “para melhorar a monitorização da situação (no mar Negro) e para aumentar a ajuda à Geórgia e à Ucrânia”.
A decisão ilustra bem o espírito de reconhecimento da Rússia como uma ameaça à estabilidade internacional, que une os 29 países e que define uma parte relevante da estratégia da organização.
“Não queremos uma nova Guerra Fria (…), mas a Rússia tornou o mundo um lugar menos seguro”, afirmou Jens Stoltenberg, numa conferência de Imprensa, no final da reunião de chefes de diplomacia.
O secretário-geral da NATO voltou a acusar a Rússia de “violar” o tratado de desarmamento nuclear de mísseis de alcance intermédio, justificando o abandono desse tratado por parte dos EUA, e chamou a atenção para o facto de a Rússia estar a apostar “na implantação de mísseis com ogivas nucleares na Europa”.
Relativamente ao pacote de medidas de reforço militar no mar Negro, Soltenberg afirmou que a Rússia tem utilizado a região para demonstrar as suas intenções expansionistas e anunciou o envio de aviões de vigilância e a presença de mais navios de guerra para garantir que as águas podem ser navegadas em segurança.
Em novembro passado, a Rússia apresou três navios ucranianos no mar de Azov, detendo 24 marinheiros que permanecem sob custódia das autoridades russas, no que foi considerado uma violação do direito internacional, pela NATO.
“Pedimos à Rússia que liberte os marinheiros ucranianos”, voltou a apelar hoje o secretário-geral da NATO.
Sobre o tratado nuclear de mísseis de alcance intermédio, Soltenberg disse que Moscovo ainda está a tempo de voltar a aderir aos termos do acordo, mas deixou o recado de que “a NATO está pronta para um mundo sem esse tratado”.
“Não vamos imitar a Rússia e colocar mísseis nucleares na Europa, porque os aliados estão comprometidos com a não proliferação de armas”, concluiu Stoltenberg.
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