“Tivemos uma reunião Produtiva e profissional, na qual discutimos dois importantes temas, a Ucrânia e o tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermédio. Em ambas as questões, os Aliados e a Rússia estão fundamentalmente em desacordo. Mas é exatamente por isso que é importante dialogarmos”, afirmou Stoltenberg na conferência de imprensa que se seguiu à reunião NATO-Rússia, “a primeira este ano e a nona desde 2016”, assinalou.
Relativamente ao desenvolvimento de mísseis de cruzeiro de médio alcance por Moscovo – que levou os Estados Unidos a anunciar em outubro de 2018 que iria retirar-se do tratado de não-proliferação nuclear, o secretário-geral da Aliança admitiu que “não se registou qualquer progresso real”, pois a Rússia, que esteve representada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Ryabkov, “não mostrou qualquer vontade de alterar a sua posição”.
“Mas a Rússia ainda tem tempo de respeitar as obrigações do tratado”, disse, reafirmando que a NATO vai prosseguir o diálogo com Moscovo, ainda na esperança de que seja encontrada uma solução antes que Washington consume a saída dos Estados Unidos do Tratado (que o secretário-geral insiste que é legítima, face à violação do mesmo por uma das partes signatárias).
“Acredito firmemente que quando a tensão é elevada e há diferenças grandes, é importante reunirmo-nos e falar sobre essas questões. Embora não as tenhamos resolvido, é importante falar sobre eles, pelo que foi uma reunião útil. Devemos prosseguir o diálogo com a Rússia, pois é a única forma de lidar com estas questões”, disse.
Questionado sobre o que farão os Aliados no caso de a Rússia não suspender o seu programa de desenvolvimento de novos mísseis de médio alcance, Stoltenberg disse que é “muito prematuro saber o que a NATO vai fazer se a Rússia continuar a violar o tratado e este deixar de estar em vigor”, mas garantiu que o último cenário desejado é o de uma escalada na corrida a armas nucleares.
“Não queremos uma nova guerra fria e uma corrida ao armamento. Não vamos replicar o que a Rússia faz. Não vai ser míssil por míssil”, asseverou.
Em outubro último, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os EUA iriam retirar-se do tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermédio - concluído com a antiga União Soviética durante a Guerra Fria, em 1987 -, acusando Moscovo de violar o acordo “há muitos anos”.
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