Numa declaração hoje divulgada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte para assinalar um ano sobre o início da invasão da Ucrânia, lançada pela Rússia na madrugada de 24 de fevereiro de 2022, os Aliados classificam esta agressão como “a mais grave ameaça à segurança euro-atlântica em décadas”.

“Hoje, nós, como Aliados, reafirmamos a nossa solidariedade com o governo e o povo da Ucrânia na defesa heroica da sua nação, da sua terra, e dos nossos valores comuns. Prestamos homenagem às vidas perdidas, e deploramos o trágico sofrimento humano e a destruição, incluindo das áreas residenciais da Ucrânia e das infraestruturas civis e energéticas, causados pela guerra ilegal da Rússia”, lê-se na declaração divulgada em Bruxelas.

Apontando que está a “intensificar ainda mais o apoio político e prático à Ucrânia na sua defesa contra a invasão russa”, a NATO garante então que manterá o seu apoio “pelo tempo que for necessário para ajudar a Ucrânia a vencer” e, nesse contexto, continuará em estreita coordenação com “as partes interessadas relevantes, incluindo organizações internacionais, em particular a União Europeia”.

“Continuamos decididos a apoiar os esforços a longo prazo da Ucrânia para assegurar o seu futuro livre e democrático. Reafirmamos o nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Apoiamos plenamente o direito inerente da Ucrânia à autodefesa e à escolha das suas próprias disposições de segurança”, declara a Aliança Atlântica.

Numa declaração com seis pontos, a NATO sublinha a “plena responsabilidade” do Kremlin pela guerra em curso, apontando que se trata de “uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”.

“As ações da Rússia desrespeitam os princípios e compromissos da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] e minam gravemente a segurança e estabilidade internacionais e a ordem internacional baseada em regras. Embora tenhamos exortado a Rússia a empenhar-se construtivamente em negociações credíveis com a Ucrânia, a Rússia não demonstrou qualquer abertura genuína com vista a uma paz justa e duradoura”, deplora a NATO.

A NATO sublinha também que “a guerra da Rússia ameaça igualmente a segurança global”, sustentando que “a chantagem energética da Rússia, o seu impacto no fornecimento global de alimentos, as suas atividades híbridas malignas, a sua campanha mundial de desinformação e a sua retórica nuclear irresponsável demonstram claramente o desrespeito da Rússia pelas normas internacionais e o bem-estar de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo”.

Os Aliados dizem-se “determinados a manter uma pressão internacional coordenada sobre a Rússia” e condenam “igualmente todos aqueles, incluindo a Bielorrússia, que estão a facilitar ativamente a guerra da Rússia”, insistindo que “não pode haver impunidade para os crimes de guerra russos e outras atrocidades”.

“Todos os responsáveis devem ser responsabilizados pelos abusos e violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional, particularmente contra a população civil da Ucrânia, incluindo a deportação de crianças e a violência sexual relacionada com o conflito”, lê-se.

Defendendo uma vez mais que “a Rússia deve pôr imediatamente termo a esta guerra e retirar todas as suas forças militares da Ucrânia, em conformidade com a Resolução da Assembleia Geral da ONU adotada a 23 de fevereiro de 2023, e outras resoluções relevantes da Assembleia Geral da ONU, a NATO conclui repetindo a mensagem de que, enquanto “aliança defensiva”, está pronta a defender “cada centímetro do território aliado”.

“O nosso compromisso com o Tratado de Washington, incluindo o Artigo 5.º, é revestido a ferro. A NATO está mais forte e mais unida do que nunca. Saudamos a escolha da Finlândia e da Suécia de se tornarem membros da NATO e reafirmamos o nosso compromisso com a política de portas abertas”, dizem os Aliados, acrescentando que continuarão a reforçar a sua “parceria com a Ucrânia à medida que esta avança nas suas aspirações euro-atlânticas”, assim como com outros países “mais expostos à influência maligna da Rússia”.

“Os esforços da Rússia para quebrar a determinação do povo corajoso da Ucrânia estão a falhar. Um ano depois, os ucranianos estão a lutar corajosamente pela liberdade e independência. Nós estamos com eles”, termina a declaração.