Numa conferência de imprensa em Bruxelas, para apresentação do exercício militar “Trident Juncture 2018″, Stoltenberg foi insistentemente questionado sobre o recente anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os EUA do tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês), concluído com a União Soviética durante a Guerra Fria, em 1987, tendo invariavelmente respondido que “o problema é o comportamento da Rússia”.
“O problema é que nenhum tratado é eficaz, nenhum tratado pode funcionar se apenas uma das partes o respeitar”, disse, observando que os Estados Unidos sempre o cumpriram, mas tudo aponta para que a Rússia não esteja a fazê-lo, à luz do reconhecimento de Moscovo de que está a desenvolver um novo míssil de cruzeiro de médio alcance, o Novator 9M729.
Questionado sobre as consequências a nível da segurança mundial, e para os próprios países-membros da Aliança Atlântica, da decisão dos Estados Unidos de se retirarem de um tratado de não-proliferação nuclear, Stoltenberg admitiu que o tratado é “um marco histórico”, mas insistiu que “o problema é o comportamento da Rússia”, que já suscita “há muito” consultas entre os aliados.
Stoltenberg acrescentou que a questão da alegada violação do tratado pela Rússia até “foi levantada pela administração Obama”, que antecedeu a de Trump.
“Não podemos ter um tratado entre duas partes que é respeitado apenas por uma delas. A Rússia tem de estar em cumprimento do tratado INF de uma forma transparente e verificável”, reforçou.
Garantindo que a NATO não quer nem uma nova “guerra fria” nem uma “nova corrida ao armamento”, o secretário-geral da organização disse ainda que não prevê que os Aliados aumentem a quantidade de armas nucleares estacionadas na Europa “como resposta ao novo míssil russo”.
No passado sábado, Trump anunciou que os EUA vão retirar-se do tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermédio, acusando Moscovo de violar o acordo “há muitos anos”.
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