Benjamin Netanyahu assegurou-o numa entrevista à cadeia norte-americana ABC, que será emitida hoje e da qual foram já adiantados alguns excertos.
“Vamos fazê-lo. Vamos acabar com os batalhões terroristas que restam em Rafah, que é o seu último bastião”, afirmou o primeiro-ministro israelita.
O governante insistiu ainda que a população civil de Rafah tem de “abandonar” a zona.
Apesar de governos e ONG internacionais terem avisado que os palestinianos já não têm para onde ir e que qualquer processo de saída será uma nova deslocalização forçada para qualquer lugar, Netanyahu, como já fizera na sexta-feira num primeiro anúncio, insistiu na ideia, sem dar detalhes sobre o destino da população.
“Vamos fazê-lo, enquanto abrimos caminho seguro à população para que saia”, indicou o primeiro-ministro antes de assegurar que o Governo está a trabalhar num “plano detalhado”.
“Parte do nosso esforço de guerra é impedir que os civis fiquem feridos. Parte do esforço de guerra do Hamas é que acabem assim”, declarou.
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, alertou para "uma catástrofe e um massacre que poderão resultar em dezenas de milhares" de mortos se Israel avançar com a incursão em Rafah.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que uma ofensiva em Rafah "resultaria numa catástrofe humanitária indescritível".
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, afirmaram que não apoiam uma ofensiva terrestre em Rafah e avisaram que, se não for devidamente planeada, a operação pode conduzir a uma catástrofe.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu na quinta-feira a resposta de Telavive ao ataque do Hamas a 07 de outubro como excessiva.
"Aqueles que dizem que não devemos entrar em Rafah estão, de facto, a dizer-nos que temos de perder a guerra e deixar o Hamas no lugar", respondeu Benjamin Netanyahu aos críticos.
A luta em Khan Yunis está longe de terminar
O Exército israelita prossegue, entretanto, a ofensiva contra o Hamas no oeste da cidade de Khan Yunis, em Gaza, onde matou nas últimas horas pelo menos dois combatentes do grupo islamita e destruiu infraestruturas usadas pelo Hamas, segundo um comunicado.
Na nota, assegura-se que as tropas israelitas também continuam a fazer operações em zonas do centro e norte da Faixa.
“As tropas do Exército continuam a eliminar terroristas e a realizar incursões seletivas no oeste de Khan Yunis. Ao mesmo tempo, as tropas levaram a cabo incursões seletivas no centro e norte de Gaza”, lê-se na informação, segundo a qual as forças navais do Exército também atacaram vários objetivos, em apoio às tropas terrestres.
Segundo o comunicado, no centro de Gaza mataram dois militantes do Hamas que haviam atacado as forças israelitas com dois foguetes anti-tanque, sem precisar se desse ataque houve baixas entre as fileiras israelitas.
Ao mesmo tempo, o Exército lançou vários ataques aéreos, entre os quais, um contra um armazém de armas do Hamas.
No oeste de Khan Yunis, principal bastião do Hamas no sul de Gaza, o Exército israelita também matou um número indeterminado de alegados combatentes, atacou infraestruturas do grupo palestiniano e descobriu nesta zona outros quatro armazéns de armas.
Israel considera que os combates em Khan Yunis estão longe de terminar.
O chefe do Estado Maior das denominadas Forças de Defesa de Israel (FDI), o tenente general Herzi Halevi, visitou no sábado Khan Yunes, onde disse que a luta estava longe de acabar.
“Ainda não terminamos os combates em Khan Yunis, estamos longe de os terminar e conduzimo-los, até agora, com grande êxito”, disse Halevi, citado noutro comunicado castrense difundido durante a noite.
Segundo Halevi, o Exército matou em Khan Yunis cerca de 1.200 combatentes palestinianos, em confrontos corpo a corpo e entre 1.200 a 1.300 em ataques aéreos.
“A Brigada (do Hamas) de Khan Yunis está a perder capacidades, o que é muito importante. Muitos comandantes foram assassinados, queremos eliminar mais e também mais comandantes de alta patente”, acrescentou o militar.
O Exército também informou que foram entregues 20 tanques de oxigénio e equipamento médico ao hospital Al Amal de Khan Yunis, onde o Exército israelita penetrou há dias, após quase três semanas de cerco militar.
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