Numa viagem de comboio que levou o secretário-geral do PS, António Costa, e o dirigente socialista e ministro Pedro Nuno Santos de Lisboa a Cascais, o atual autarca de Lisboa, Fernando Medina, que se recandidata a um segundo mandato, não apanhou o comboio Cais de Sodré, mas rejeitou que o encontro pudesse ser lido como uma “luta mano a mano” com Nuno Santos pela sucessão a António Costa.
“Nós gostamos de estar ao lado uns dos outros, somos camaradas, temos uma visão partilhada sobre muitas matérias. E, por isso, ao contrário de outros partidos em que se discute muito a sucessão, e o que é que estas eleições significarão sobre o poder interno do partido, estas não”, apontou Fernando Medina em declarações aos jornalistas.
Também na carruagem três do comboio das 13:00 que liga Lisboa a Cascais, o secretário-geral do PS, António Costa, e o socialista Pedro Nuno Santos dialogaram sobre campanhas eleitorais antigas, sondagens e transportes.
Numa viagem composta por memórias — em Carcavelos, António Costa apontou para uma casa do pai onde, nos anos 60, costumava passar os fins de semana — o secretário-geral recusou-se a fazer “leituras do futuro” sobre o encontro entre Pedro Nuno Santos e Fernando Medina.
“Pode ser visto como uma leitura do presente: o PS está todo junto a trabalhar para aquilo que importa, que é a resolução da vida dos portugueses, e para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento do nosso país”, salientou António Costa aos jornalistas durante o trajeto.
Durante os cerca de 40 minutos de trajeto, o candidato socialista à Câmara Municipal de Oeiras, Fernando Curto, entrou em Algés, onde garantiu a António Costa que, quando aborda as pessoas na rua, “há logo uma contestação” ao atual autarca de Oeiras, Isaltino Morais.
“Estivemos ontem no Pingo Doce. Tínhamos uma bancada do Partido Socialista e do Isaltino. As pessoas viravam, vinham ter connosco, e passavam, a maior parte, até um bocado revoltadas. (…) Não está a correr mal: vale o que vale, mas é os indicadores que temos”, afirmou Fernando Curto.
“Ao fim de tantos anos é inevitável aquele desgaste!”, respondeu António Costa.
Em Carcavelos, foi a vez do candidato da coligação ‘Todos por Cascais’ (PS/PAN/Livre), Alexandre Faria, entrar na carruagem para assegurar a António Costa que está com “muito ânimo” e “determinação” a tentar arredar a câmara que pertence ao PSD desde 2001.
“São poucos meses para contrariar 20 anos de propaganda. Não é fácil!”, indicou o candidato.
À chegada a Cascais, António Costa trocou umas palavras com alguns turistas no comboio, antes de sair para a estação, onde foi recebido por cerca de uma centena de simpatizantes do PS, Livre e PAN, e discursou sobre a necessidade de mobilidade sustentável e o investimento na ferrovia.
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