Na frente diplomática continuam os esforços para tentar obter uma segunda trégua, após a de novembro, que permitiu a libertação de uma centena de reféns em troca da libertação de quase 300 prisioneiros palestinianos. Esta semana, após uma reunião em França entre o diretor da CIA, William Burns, e representantes do Egito, Israel e Qatar, uma proposta de trégua foi apresentada ao Hamas.
"Esta proposta foi aprovada pela parte israelita e agora temos uma confirmação preliminar positiva do Hamas", disse o porta-voz do governo do Qatar, Majed al Ansari, que espera "poder dar uma boa notícia nas próximas duas semanas".
A proposta é composta por três fases:
- Uma trégua de seis semanas, período em que Israel libertaria entre 200 a 300 presos palestinianos em troca de 35 a 40 reféns. Além disso, entre 200 e 300 camiões de ajuda humanitária poderiam entrar a cada dia em Gaza;
- Na segunda fase, seriam libertados elementos femininos e masculinos do exército israelita;
- A terceira fase incluiria a transferência dos corpos dos reféns que morreram em cativeiro no enclave palestiniano, segundo as mesmas fontes;
Do Hamas, o líder Ismail Haniyeh, apelou hoje, após dias de negociações, à "cessação total dos combates" em troca da libertação de reféns e garantiu que a Jihad Islâmica Palestiniana também o exige. O anúncio oficial do grupo islamita palestiniano acontece dias depois das reuniões realizadas em Paris, França.
“Reafirmamos a posição das facções da resistência de que quaisquer negociações devem conduzir ao fim total da agressão, à retirada do exército de ocupação da Faixa de Gaza e ao regresso dos deslocados aos seus locais de residência”, afirmou Haniyeh em mensagem publicada no serviço Telegram.
Afirmando ter mantido uma conversa telefónica com o secretário da Jihad Islâmica Palestiniana, Ziad Nakhaleh, Haniyeh lembrou também a necessidade de reconstruir a Faixa de Gaza e garantir um acordo “sério” de troca de reféns por prisioneiros palestinianos.
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu a 7 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza levaram a cabo um ataque sem precedentes em solo israelita, matando mais de 1.160 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma nova contagem da agência noticiosa AFP, com base em dados oficiais israelitas. Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva militar que causou mais de 27 mil mortos, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento.
Até agora, mais de 69 mil estruturas na Faixa de Gaza, ou 30% do total, sofreram vários graus de danos no conflito em curso com Israel, informou hoje a ONU, com base na análise de imagens de satélite de alta resolução.
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