Um juiz federal de Los Angeles tinha decidido em primeira instância, em janeiro de 2019, que o assédio sexual não era aplicável no caso da atriz Ashley Judd vs Harvey Weinstein, uma vez que a lei de assédio sexual não incluía naquele momento as relações entre atores e produtores.
No entanto, o mesmo juiz autorizou a atriz a abrir uma ação civil. Ashley Judd, de 52 anos, foi uma das primeiras a quebrar o silêncio sobre os atos de Harvey Weinstein, acusado de assédio, agressão sexual e violação por mais de 80 mulheres, incluindo nomes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Léa Seydoux.
O magnata foi condenado em fevereiro em Nova Iorque a 23 anos de prisão por violação e agressão sexual.
Num processo em separado, ainda aberto em Los Angeles, o produtor é acusado por três mulheres de crimes semelhantes aos cometidos na Califórnia.
Na sua ação judicial de abril de 2018, Judd diz que Weinstein eliminou as suas chances de aparecer na trilogia "O Senhor dos Anéis", uma das mais lucrativas da história do cinema, ao dizer ao diretor Peter Jackson que trabalhar com ela foi "um pesadelo", algo que o próprio Jackson confirmou publicamente.
Assim, Judd entrou "na lista negra" ficando sem a oportunidade de trabalhar no que se transformou numa série que ganhou milhões de dólares e 17 estatuetas do Oscar", afirmou a atriz.
Judd alega ter sido punida por Weinstein por "ter rejeitado seus avanços sexuais um ano antes (em 1997), quando a chamou a um quarto de hotel com o pretexto de falar sobre negócios".
O Tribunal de Recurso encaminhou o caso para o tribunal federal de Los Angeles depois de considerar que a relação de poder entre Weinstein e Judd favorecia o produtor, o que "lhe permitiu pressionar" a atriz "devido à sua influência em Hollywood".
Judd pede uma indemnização que prometeu doar a organizações que defendem vítimas de assédio sexual no trabalho.
Harvey Weinstein nega qualquer assédio ou relações sexuais sem consentimento.
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