Esta semana, na rede social X, Cosgrave, após ter partilhado um gráfico onde comparava o número de mortes de palestinianos e israelitas de 2008 a 2023 (post que entretanto terá apagado), afirmou estar “chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda”, país de onde é natural.

“Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, escreveu Cosgrave. Ontem, depois destas declarações, Dor Shapira, embaixador de Israel em Portugal, anunciou na rede social X o boicotar à conferência.

Hoje, no pedido de desculpas publicado no site da Web Summit, Cosgrave explica que condena "sem reservas o maléfico, repugnante e monstruoso ataque de 7 de outubro do Hamas. Apelo também à libertação incondicional de todos os reféns. Como pai, estou profundamente solidário com as famílias das vítimas deste ato terrível e lamento todas as vidas inocentes perdidas nesta e noutras guerras".

"Apoio inequivocamente o direito de Israel a existir e a defender-se. Apoio inequivocamente a solução de dois Estados. Compreendo que o que disse, o momento em que o disse e a forma como foi apresentado tenha causado profunda mágoa a muitas pessoas. A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas. O que é necessário nesta altura é compaixão, e eu não a transmiti. O meu objetivo é e sempre foi o de lutar pela paz. Em última análise, espero do fundo do coração que ela possa ser alcançada", explicou Cosgrave.

Cosgrave relembra que, "tal como tantas figuras a nível mundial", acredita "que, ao defender-se, Israel deveria aderir ao direito internacional e às convenções de Genebra - ou seja, não cometer crimes de guerra", sendo que esta posição tomada "aplica-se igualmente a qualquer Estado, em qualquer guerra".

Assim, "nenhum país deve violar estas leis, mesmo que tenham sido cometidas atrocidades contra ele", afirma, recordando que "sempre" foi anti-guerra e pró-lei internacional. "É precisamente nos nossos momentos mais sombrios que devemos tentar defender os princípios que nos tornam civilizados", defende.

"No entanto, compreendo que o que disse, o momento em que o disse e a forma como foi apresentado causou uma profunda mágoa a muitas pessoas. A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas. O que é necessário nesta altura é compaixão, e eu não a transmiti. A Web Summit tem uma longa história de parceria com Israel e as suas empresas de tecnologia, e lamento profundamente que esses amigos tenham ficado magoados com o que eu disse. O meu objetivo é e sempre foi o de lutar pela paz. Em última análise, espero do fundo do coração que isso possa ser conseguido", finalizou Cosgrave.