Numa carta enviada aos bispos, o Papa disse estar a “acompanhar com grande preocupação a situação do querido povo venezuelano, perante os graves problemas que os afligem”.

“Sinto profunda dor pelos confrontos e a violência destes dias, que têm causado numerosos mortos e feridos, e que não ajudam a solucionar os problemas, mas que unicamente provocam mais sofrimento e dor”, afirmou.

No documento, divulgado este sábado pela Conferência Episcopal Venezuela, o Papa diz ter conhecimento de que os bispos e fiéis também “sofrem pela falta de alimentos e medicamentos e que alguns, inclusive, têm suportado ataques pessoais e atos violentos nas suas igrejas”.

“Desejo manifestar a minha solidariedade com cada um de vocês e agradecer-lhes a proximidade com a grei que lhes foi encomendada, especialmente com os mais pobres e necessitados, assim como iniciativas para fomentar a solidariedade e generosidade entre os venezuelanos”, disse.

Na carta, o Papa destacou “o contínuo chamamento a evitar qualquer forma de violência, o respeito pelos direitos dos cidadãos e a defesa da dignidade humana e dos direitos fundamentais”.

“Tal como vocês, estou convencido de que os graves problemas da Venezuela se podem solucionar se houver vontade para estabelecer pontes, dialogar seriamente e cumprir com os acordos alcançados”, lê-se na missiva.

As manifestações contra e a favor do Presidente Nicolás Maduro, intensificaram-se desde há um mês na Venezuela, durante os quais, pelo menos, 37 pessoas morreram, mais de 700 ficaram feridas e 1.400 foram detidas.

A oposição reclama a libertação dos presos políticos, a convocação de eleições gerais, o fim da repressão e manifesta-se ainda contra duas sentenças do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.

As manifestações opositoras protestam ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro.

Segundo a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), a convocatória “é uma fraude, é inconstitucional e implica o fim da democracia”.

No entanto, segundo o Chefe de Estado, a Assembleia Constituinte procura preservar a paz e a estabilidade da República, incluir um novo sistema económico, segurança, diplomacia e identidade cultural.

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