Numa resolução, não vinculativa, aprovada por ampla maioria em Estrasburgo, os eurodeputados pedem à Comissão e aos Estados-membros um “congelamento temporário” do processo de adesão iniciado em 2005.
“Apesar de a Turquia ser um parceiro importante da UE, a vontade política de cooperar tem de ser manifestada por ambas as partes”, afirmam os eurodeputados, acrescentando que a repressão em curso “está a desviar a Turquia da sua trajetória europeia”.
A resolução foi aprovada com 479 votos a favor, 37 contra e 107 abstenções.
O Parlamento Europeu diz-se no entanto “empenhado em manter a Turquia ligada à UE” e compromete-se a reapreciar a posição hoje aprovada se as medidas repressivas forem revogadas.
Na quarta-feira, referindo-se à votação de hoje no PE, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a votação “não tem qualquer validade”.
“Não me é sequer possível digerir a mensagem que eles querem enviar”, disse.
Responsáveis europeus têm criticado a vaga de repressão lançada pelo governo de Erdogan após o golpe de estado falhado de 15 de julho, que levou a dezenas de milhares de detenções e de despedimentos.
A resolução aprovada não terá qualquer efeito enquanto os Estados membros quiserem manter as negociações, mas ilustra o desconforto europeu com o estilo autoritário de Erdogan.
A Turquia e a UE acordaram em março acelerar as negociações de adesão, na sequência do acordo sobre migrações concluído entre ambas.
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