“Posso dizer à vontade que o PS tem um grande peso de consciência. Aliás, o que mostra esta correspondência tão ágil é um grande peso de consciência porque qual é a razão pela qual não se resolveu estes problemas todos [situação de profissionais da administração pública] anteriormente, nenhuma a não ser uma opção”, afirmou Paulo Raimundo no final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, no Porto.
O comunista acentuou que o PS optou por não resolver a situação de certos grupos profissionais da administração pública, dado que, as condições criadas hoje são exatamente as mesmas de 08 de março, dia em que o Governo de António Costa decretou um aumento salarial de 7,89% para os 104.250 administrativos que trabalham em empresas do setor privado e que não são abrangidos por contratos coletivos.
“Qual é a diferença? Nenhuma. É uma questão de opção e há aqui, vamos dizer, uma tática”, sublinhou.
Segundo Paulo Raimundo, o PS e o PSD “bem podem agora sacudir responsabilidades ao tentarem manobras”, mas o que interessa é dar respostas imediatas aos professores, médicos, enfermeiros, forças de segurança, funcionários judiciais e todos aqueles a quem foram prometidas soluções para os seus problemas.
E acrescentou: “Não é amanhã, não é depois de amanhã, o que é preciso garantir são respostas imediatas”.
Ainda em tom de ironia, o líder dos comunistas elogiou o “bom funcionamento dos CTT” na troca de cartas entre os líderes do PS e PSD numa altura em que os portugueses sabem o que custa enviar e receber uma carta.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escreveu ao primeiro-ministro disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.
Numa carta dirigida a Luís Montenegro, à qual a agência Lusa teve acesso, Pedro Nuno Santos acrescenta que “a disponibilidade do PS para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”.
Na resposta, o primeiro-ministro saudou o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do líder do PS e comprometeu-se a agendar “oportunamente uma reunião de trabalho” sobre a valorização de carreiras e salários na Administração Pública.
“Aproveito o ensejo para lhe transmitir que oportunamente agendaremos uma reunião de trabalho sobre essa temática, o que deverá acontecer na sequência das negociações com as organizações representativas dos trabalhadores. O tempo e o modo de condução desses processos negociais serão, obviamente, definidos pelo Governo”, refere Luís Montenegro, na resposta à carta que lhe foi hoje enviada por Pedro Nuno santos, e a que a Lusa teve acesso.
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