“Quando não tem mais nada para dizer, a direita diz ‘Sócrates’. É o habitual na direita. A direita, quando as coisas lhe estão a correr mal, diz a palavra 'Sócrates', eu tenho um orgulho enorme do meu trabalho em toda a minha vida política”, declarou, no dia de arranque oficial da campanha.

Em declarações aos jornalistas após uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Bragança, o ex-secretário de Estado da Segurança Social no Governo de José Sócrates, entre 2005 e 2011, enumerou vários projetos de cariz social em que esteve envolvido, no seu percurso político.

Pedro Marques lembrou os tempos em que foi vereador no Montijo, quando conseguiu abrir uma casa para vítimas de violência doméstica, “contra um Governo de Direita que não queria distribuir os fundos” para desbloquear o projeto.

Recordou também o lançamento do programa Pares, durante a governação de José Sócrates, “que criou 400 creches no país e centenas de lares, a criação do complemento solidário para idosos, e a retirada dos fundos do Quadro Comunitário de Apoio da “estagnação”.

“O meu património é conhecido, tenho muito trabalho feito em todo o meu percurso politico e essa deve ser a medida para os portugueses olharem para este cabeça de lista do PS e para comparar com a falta de trabalho do cabeça de lista da direita”, concluiu.

Pedro Marques afirma Paulo Rangel tem “problema com verdade” e falta de “empatia

O cabeça de lista europeu do PS negou hoje que esteja a fugir à campanha de rua e acusou o seu adversário direto do PSD de ter "um problema com a verdade" e de "falta de empatia".

Estas críticas foram feitas por Pedro Marques depois de confrontado pelos jornalistas com declarações feitas na véspera pelo "número um" da lista europeia do PSD, Paulo Rangel, segundo as quais o ex-ministro socialista está a fugir ao contacto direito com as pessoas.

"Essa é uma crítica absolutamente extraordinária. Paulo Rangel tem sido um especialista em maledicência e tem talvez um problema com a verdade. Ando literalmente há três meses na rua a falar com pessoas em todo o país", contrapôs.

De acordo com o cabeça de lista europeu do PS, caso se faça "uma pequena consulta" às suas contas em redes sociais será possível encontrar dezenas de encontros de rua com as pessoas".

"É preciso conhecer o país e conhecer as suas realidades. Aqui, em Bragança, na Santa Casa da Misericórdia, estive a falar com pessoas concretas, com pessoas em situação de dificuldade, que merecem apoio social e a nossa atenção", alegou ainda.

A seguir, procurou traçar diferenças de perfil entre si o eurodeputado social-democrata.

"Não tenho qualquer problema de empatia nem de paciência para falar com as pessoas, aliás como tem Paulo Rangel. De facto, há quem consiga falar com as pessoas e há quem tenha de facto pouca paciência para falar com as pessoas", afirmou.

Pedro Marques sustentou ainda que a sua campanha europeia "tem sido de esclarecimento com apelos às pessoas para que vão votar no próximo dia 26".

"Às pessoas que fazem esse tipo de críticas e para não dizerem coisas disparatadas, peço o favor que vão ver o meu Facebook de campanha, desde Portimão ao Alto Minho, passando pelo Porto e Lisboa. A minha campanha de rua tem sido forte e muito positiva", acrescentou.

PS admite discutir impostos ambientais se financiarem Orçamento da UE 

O cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu, Pedro Marques, manifestou-se ainda disponível para discutir a criação de impostos ambientais, para o combate às alterações climáticas, se permitirem financiar o orçamento da União Europeia.

"Estou disponível para discutir a questão dos futuros impostos ambientais se eles permitirem financiar o orçamento europeu, permitindo-se assim manter as políticas de coesão a nível europeu e as políticas tradicionais", respondeu o ex-ministro socialista das Infraestruturas e do Planeamento.

De acordo com Pedro Marques, nas instituições europeias, o PS tem estado a travar a discussão relativamente ao setor do digital, mas, também, no que respeita a transações financeiras.

"Em geral, a discussão sobre a criação de receitas próprias para a União Europeia, que permita financiar políticas como a de coesão (ou a Política Agrícola Comum), são ideias relativamente às quais estamos disponíveis para discutir - e há caminho e discussão para se continuar a fazer. Acho que não devemos rejeitar à partida qualquer discussão, estamos a falar de receitas próprias para a Europa", acentuou.

A seguir, o cabeça de lista europeu do PS estabeleceu uma diferença política entre o seu partido e, sobretudo, o CDS-PP, cuja lista europeia é liderada pelo atual eurodeputado Nuno Melo.

"Não podemos estar sempre a dizer que queremos que a Europa nos apoie mais, mas, depois, não estarmos disponíveis para esse tipo de discussão sobre receitas próprias da União Europeia. Este é o caso do CDS, por exemplo, que está sempre a dizer que não pode haver cortes nas políticas de coesão ou na PAC - o que nós estamos de acordo -, mas, ao mesmo tempo, não quer financiar o orçamento da União Europeia", apontou.

Pedro Marques lamentou ainda que o CDS-PP "não explique" como se compensa em termos de financiamento a saída do Reino Unido da União Europeia.

"No fim das contas, isso só poderia significar que os portugueses pagariam mais impostos, assim como as pequenas e médias empresas nacionais. Isso eu não quero para o meu país", acrescentou.

PS arranca campanha em Bragança porque "o interior também é Portugal"

“O interior também é Portugal e as políticas devem ser desenvolvidas para todo o país e devem ser desenvolvidas, também, a favor da coesão do interior”, declarou o candidato socialista aos jornalistas, no final de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Bragança.
Pedro Marques, que já desempenhou funções como secretário de Estado da Segurança Social, aproveitou para classificar como “absolutamente essencial” a “dimensão da coesão social do trabalho” que fazem instituições como aquela.

O candidato, que estava acompanhado pelo deputado Jorge Gomes, eleito pelo distrito de Bragança e ex-secretário de Estado da Administração Interna, distribuiu cumprimentos pelos idosos e utentes da instituição, apelando à importância do voto no próximo dia 26.

Pedro Marques visitou ainda a Unidade de Cuidados Continuados da instituição, num edifício contíguo, que dispõe de uma capacidade de 67 camas, 12 das quais da rede privada, e uma taxa de ocupação que ronda os 98%, de acordo com uma responsável da unidade.

A Santa Casa tem mais de 350 colaboradores que dão apoio diário a 1.200 utentes, de acordo com o responsável que apresentou a instituição à comitiva e que ofereceu a Pedro Marques uma medalha comemorativa dos 500 anos da instituição no país.

A Instituição Particular de Solidariedade Social presta diversas respostas sociais, que vão desde a terceira idade à infância, deficiência, educação, saúde, cultura e ação social, gerindo um conjunto de equipamentos no concelho.

O candidato segue agora à tarde para a cidade da Guarda, onde tem um almoço com eleitos, dirigentes e autarcas e visita depois a Fundação João Bento Raimundo.

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