A capital, Beirute, foi palco nas noites de terça e de quarta-feira de incidentes particularmente violentos, marcados por atos de vandalismo contra vários bancos.
Os incidentes ocorrem num contexto de restrições severas impostas há semanas pelos bancos sobre os levantamentos, que suscitaram a raiva de muitos libaneses.
Na terça-feira, foram detidas “59 pessoas suspeitas de atos de vandalismo e agressões”, indicaram as forças de segurança, que também detiveram pessoas na quarta-feira, cujo número não foi divulgado e que exigiam a libertação dos presos na véspera.
Segundo uma lista de nomes do “comité dos advogados para a defesa dos manifestantes”, da qual a AFP obteve uma cópia, estão detidas 101 pessoas, 56 das quais foram detidas na noite de quarta-feira, incluindo cinco menores.
“Os protestos começaram há mais de 90 dias e até agora as autoridades falharam completamente em dar resposta às reivindicações dos contestatários”, disse Lynn Maalouf, diretora de investigação da Amnistia Internacional para o Médio Oriente.
“Nos últimos dois dias vimos uma escalada de ambos os lados”, adiantou.
Hoje, o procurador-geral junto do Tribunal de Cassação, Ghassan Oueidate, ordenou a libertação de todos os detidos à exceção dos autores “de atos de vandalismo ou dos que são alvo de mandados de detenção anteriores”, informou a agência nacional ANI.
Alguns detidos já foram libertados, mas o seu número não foi comunicado nem pelas forças de segurança nem pelos advogados próximos dos dossiers.
A Cruz Vermelha libanesa indicou ter tratado 84 feridos dos dois lados, após confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança.
Jornalistas também foram feridos pelas forças de segurança, o que foi condenado pela ministra do Interior, Raya El Hassan, que prometeu uma investigação do sucedido.
O Líbano assiste desde outubro a uma contestação inédita contra uma classe dirigente considerada corrupta e incompetente ao mesmo tempo que a situação económica do país continua a degradar-se.
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