Segundo a estação moscovita, citada pela agência Efe, entre as pessoas detidas encontra-se a coordenadora da organização de Navalny em São Petersburgo, Irina Fatianova, e o ativista Ilya Gantvar.
Ambos foram detidos quando estavam prestes a embarcar num comboio com destino a Moscovo.
Milhares de pessoas manifestaram nas redes sociais a sua vontade de ir ao aeroporto moscovita de Vnukovo para receber Alexei Navalny, apesar das advertências do Ministério Público da capital russa de que levará a cabo ações legais a quem participe numa “atividade pública não autorizada”.
No entanto, não só os defensores de Navalny expressaram o seu desejo de ir ao aeroporto, mas também os seus detratores: a formação nacionalista Za Pravdu (Pela Verdade), do escritor Zakhar Prilepin, convocou uma contramanifestação em Vnukovo.
Alexei Navalny, de 44 anos, anunciou que chegará a Moscovo, vindo de Berlim, no voo DP936 da companhia aérea Pobeda (Vitória, em russo), cuja chegada está prevista para as 19:20 horas locais (16:20 em Lisboa).
O líder da oposição ao Kremlin, regressa à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ser envenenado por uma substância tóxica de uso militar, que segundo o ativista foi ordenado pelo Presidente russo Vladimir Putin.
Navalny é alvo de uma ordem de busca e captura, pelo que poderá ser detido mal chegue a território russo.
A ordem de detenção foi avançada pelo Serviço Federal de Prisões da Rússia, que solicitou à Justiça a ida de Alexei Navalny para a prisão para cumprir uma pena suspensa de 3,5 anos a que foi condenado em 2014, um juízo considerado “arbitrário” em 2017 pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
“O Serviço Federal das Prisões da Rússia é obrigado a tomar todas as medidas necessárias para prender Alexei Navalny enquanto se aguarda a decisão do tribunal que lhe vai substituir a pena suspensa por uma condenação de prisão efetiva”, disse no sábado, em comunicado, o organismo oficial.
De acordo com o portal informativo Baza, para a chegada de Navalny ao aeroporto de Vnukovo está prevista a deslocação de um dispositivo policial de mais de uma centena de agentes, que inclui um grupo especial que terá a cargo a possível detenção do opositor político do Kremlin.
O mais destacado dirigente da oposição ao regime russo, que já cumpriu várias penas de prisão ao longo dos últimos anos, sentiu-se indisposto numa altura em que regressava a casa numa viagem de avião entre a Sibéria e Moscovo no verão passado.
Depois de ter sido hospitalizado de emergência em Omsk, foi transferido para uma clínica da capital alemã.
Laboratórios alemães, franceses e suecos, assim como testes da Organização para a Proibição de Armas Químicas, concluíram que Navalny tinha sido exposto a um agente fabricado durante o regime soviético.
As autoridades russas insistem que os médicos russos que trataram Navalny na Sibéria antes de ter sido transferido para a Alemanha não encontraram vestígios de veneno e desafiaram a Alemanha a apresentar provas sobre o envenenamento.
Em dezembro, Navalny divulgou uma gravação de uma chamada telefónica com um homem que diz pertencer aos serviços de inteligência russos (FSB), e que alegadamente foi um dos envolvidos na operação de envenenamento, gravação que o FSB afirma ser falsa.
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