“A indústria farmacêutica portuguesa tem dado um contributo excecional, se compararmos o que passava no ano 2000 para o que se passa agora”, disse Paulo Barradas, frisando que “o setor já traz valor acrescentado” para Portugal.
Segundo o gestor, que falava na mesa-redonda o “Desenvolvimento farmacêutico: de Portugal para o mundo”, no âmbito da comemoração dos 20 anos da Bluepharma, a exportação de medicamentos em Portugal no ano 2000 “não chegava a 100 milhões de euros e hoje ultrapassa os mil milhões de euros”.
“Há 10 anos, os indicadores de inovação, investigação e desenvolvimento em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) era 0,2% e hoje é 1,4%, no qual ponteiam muitas indústrias farmacêuticas como a Bluepharma”, realçou.
Paulo Barradas salientou que, em 20 anos, o mercado dos medicamentos genéricos passou de uma quota de 0,13%, “que era praticamente inexistente”, para 48,7%, “segundo dados do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde”.
O presidente da farmacêutica sublinhou ainda que o mercado dos genéricos “veio trazer à indústria portuguesa uma oportunidade fantástica de colaborar com os doentes, democratizando o consumo, com o Estado, na diminuição da despesa, e indo para fora exportando, terminado o ciclo com investimento em inovação”.
Na mesa redonda participaram também os ex-ministros da Saúde Maria de Belém Roseira e Adalberto Campos Fernandes.
Na sessão da manhã, e numa análise à próxima década, o presidente da Bluepharma disse que a farmacêutica pretende “potenciar tudo aquilo que temos vindo a falar: continuar a investir e continuar a inovar em produtos cada vez mais complexos e difíceis com maior valor agregado”.
A administração da empresa anunciou hoje que o objetivo é aumentar a produção de 32 milhões de embalagens registadas em 2020 para 40 milhões, mantendo a capacidade de exportação acima dos 85%.
A Bluepharma manifestou também intenção de realizar mais ensaios clínicos e avançar na produção de vacinas, através de novas parcerias.
Para atingir estes objetivos, a empresa projetou um plano estratégico de investimento de cerca de 200 milhões de euros para a próxima década, que inclui a ampliação das atuais instalações, em São Martinho (Coimbra), a construção de uma nova unidade industrial para a produção de formas sólidas orais potentes, em Eiras (Coimbra), e a construção do Bluepharma Park, que será o maior parque tecnológico do cluster farmacêutico a nível nacional.
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