“Estejam certos de que hoje a iniciativa está nas mãos das nossas forças poderosas. A hora e o local da vingança contra o inimigo serão determinados por nós”, disse Raisi perante milhares de pessoas reunidas para participar nos funerais do ataque, citado pela página de internet da presidência iraniana.
Os ataques aconteceram na quarta-feira à noite, quando milhares de pessoas participavam nas cerimónias de homenagem ao tenente-general Qassem Soleimani, assassinado em 2020 no Iraque, por ordem do então Presidente norte-americano, Donald Trump.
“Os inimigos sabem muito bem que o Irão é poderoso”, afirmou o Presidente iraniano, acrescentando que “os inimigos já viram o poder da República Islâmica e experimentaram-no muitas vezes”.
“O inimigo quis cometer outro crime na região depois da criação do usurpador e falso regime israelita e depois de 75 anos de opressão do povo palestiniano”, sublinhou, acusando esses “inimigos” de criarem o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.
Raisi elogiou a figura de Soleimani, chefe da Força Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária, que morreu num atentado bombista realizado em 03 de janeiro de 2020 pelos Estados Unidos no Iraque, referindo que o general foi responsável pelo “movimento de resistência na região”.
“Qasim fez um excelente trabalho e destruiu o inimigo”, destacou o Presidente, referindo-se ao papel do chefe da Força Quds na ofensiva iraquiana contra os ‘jihadistas’, apoiada por milícias pró-iranianas integradas nas Forças de Mobilização Popular.
O discurso de Raisi abordou também Israel, garantindo que aquele país está desesperado.
“O regime sionista, armado até aos dentes com o apoio das potências ocidentais, está desesperado depois de 100 dias a enfrentar as forças de resistência, que não têm força aérea ou marinha e contam apenas com forças terrestres limitadas”, disse.
“O fim da operação ‘Inundação de al-Aqsa’ [nome oficial dado pelo grupo islamita Hamas aos ataques levados a cabo em 07 de outubro contra o território israelita] — significará também o fim do regime sionista”, afirmou o Presidente iraniano.
O ataque do Hamas provocou, segundo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 mortos, além de terem sido sequestradas 240 pessoas, das quais mais de 120 ainda se encontram em cativeiro.
A retaliação israelita fez, de acordo com as autoridades palestinianas, controladas pelo Hamas, mais de 22.400 mortos, dois milhões de deslocados e uma crise humanitária grave devido ao colapso de hospitais, falta de medicamentos, alimentos, água e eletricidade.
A este número somam-se mais 300 mortes em operações das forças de segurança e ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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