Carrillo disse aos jornalistas que o país vive “inundado em coca, especialmente nas áreas fronteiriças”, o que obriga a pensar num novo método, diferente da substituição voluntária, para pôr fim aos cultivos ilegais.
Em maio do ano passado, o Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, lançou um plano de substituição das plantações de coca, componente base da cocaína, para aplicar o acordo de paz assinado com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e terminar meio século de conflito armado.
Para Fernando Carrillo, o plano que oferece uma solução para os cultivadores de coca, de modo a que a substituam por produtos legais, não se tem mostrado eficiente.
“Se de agora em diante, e como se tem verificado, a estratégia não funcionar, há que pensar noutras soluções”, disse.
O procurador-geral sublinhou que nas regiões onde o cultivo de coca aumentou, “há também uma crescente presença do crime organizado, grupos armados e cartéis internacionais”.
“Onde há cartéis, crime organizado, pouca presença do Estado, a corrupção domina”, acrescentou.
O antecessor de Carrillo na Procuradoria Geral da República Alejandro Ordóñez já havia alertado, em 2015, que a Colômbia estava “a nadar em coca”.
O cultivo de coca na Colômbia aumentou 52% em 2016, tendo a área de plantação passado dos 96 mil para os 146 mil hectares, de acordo com um estudo, divulgado em julho passado, pela Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
Em relação à produção de cocaína, o mesmo estudo calculou um aumento de 34%, de 646 toneladas em 2015, para 866 toneladas em 2016.
A ONU também sublinhou que o preço por quilo de folhas de coca aumentou 43% relativamente às estimativas de 2013, “o ano em que a tendência começou a ser de aumento da área plantada”.
Comentários