Depois de os advogados do fundador do WikiLeaks pedirem que a justiça sueca desistisse do mandado de captura europeu, os procuradores encarregados do processo determinaram, esta sexta-feira, o arquivamento do processo.
O gabinete da principal procuradora sueca, Marianne Ny "decidiu hoje descontinuar a investigação preliminar sobre a suspeita de violação que envolve Julian Assange", diz em comunicado publicado esta manhã o gabinete da procuradora.
O mesmo comunicado refere que numa conferência de imprensa, a realizar ainda hoje, os procuradores Marianne Ny e Ingrid Isgren vão dar mais informações acerca desta decisão.
Julian Assange, de 45 anos, estava a viver na embaixada do Equador, em Londres, para onde foi em 2012, depois de esgotados todos os recursos no Reino Unido para evitar a extradição para a Suécia, negando sempre as acusações.
Pouco depois de a informação ter sido divulgada, o programador australiano publicou na rede social Twitter uma foto onde surge a sorrir.
Num comunicado, a Polícia Metropolitana de Londres esclarece que apesar de as autoridades suecas terem descontinuado a investigação à alegada violação, Assange "continua a ser procurado" por outras questões, "menos graves".
Entre elas está a própria entrada de Assange na embaixada do Equador, após ter entregue o passaporte australiano às autoridades britânicas, indo assim contra as medidas que lhe permitiram ficar em liberdade, depois de não ter aparecido numa audição por magistrados britânicos.
"Os magistrados do Tribunal de Westminster emitiram um mandado para a detenção de Julian Assange depois de ele não se ter rendido ao tribunal a 29 de junho de 2012. A polícia metropolitana (MPS - Mertopolitan Police Service) está obrigada a executar esse mandado caso ele deixe a Embaixada", pode ler-se no comunicado divulgado esta manhã.
O gabinete dos assuntos internos britânico, escreve o britânico 'Guardian', diz que "a decisão de deixar cair a investigação por violação é um assunto das autoridades suecas", não tendo o governo britânico qualquer envolvimento.
O australiano denuncia as acusações de violação como uma manobra para ser extraditado, posteriormente, para os Estados Unidos. Lá, poderia ser julgado pela divulgação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.
No final do ano passado, depois de uma série de complicações no processo, Assange foi interrogado na embaixada equatoriana de Londres por um promotor do Equador, na presença de magistrados suecos. Voltou a afirmar a inocência, reiterando que as relações sexuais com a mulher que o denunciou, em 2010, em Estocolmo foram consensuais.
Esta sexta-feira marcava o limite do prazo para o Ministério Público sueco prorrogar ou não o pedido de prisão num tribunal de Estocolmo.
[notícia atualizada às 10h50: alteração do termo "exportado" para "extraditado"]
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