“Ao trabalho, ao trabalho, porque, como dizia [o jornalista e escritor] Manuel António Pina, ainda não é o fim, nem o princípio do mundo, mas de facto já se está a fazer um bocado tarde”, afirmou Rui Tavares, na sessão de encerramento do debate sobre o Programa do XXIII Governo Constitucional.
O deputado único do Livre defendeu que o país deve ir mais longe do que a meta traçada pelo primeiro-ministro, António Costa, neste debate, de fazer convergir o peso dos salários nacionais no PIB com o da média da União Europeia.
“A mera convergência com a média da União Europeia não basta, é preciso que Portugal seja uma economia de vanguarda da União Europeia”, disse, alertando que, com a liberdade de circulação, os jovens portugueses podem ser atraídos por países com um PIB maior e salários mais altos.
Para Rui Tavares, se não se apostar “de uma vez por todas no alto valor acrescentado” do trabalho o país corre mesmo o risco de se tornar insustentável.
“A principal diferença neste debate entre o programa do Governo e o do Livre é que, naquilo que o Governo acredita que as mudanças que aí estão são conjunturais, o Livre acredita que são estruturais”, afirmou.
O deputado estreante no parlamento reiterou algumas das propostas do partido na recente campanha eleitoral, como a criação de uma nova rede de transportes públicos, apoiada em veículos elétricos, e o alargamento do acesso ao subsídio de desemprego a situações atualmente fora desse âmbito, como a deslocação para o interior ou a conclusão de estudos académicos.
“Vamos, acima de tudo, fazer desta nossa legislatura uma legislatura diferente, porque ela é a dos 48 e a dos 50 anos do 25 de Abril e porque uma democracia que não tem objetos de desejo político não poderá perdurar”, defendeu.
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