O dirigente do PS falava à imprensa no final do II congresso da coligação angolana Convergência Ampla de Salvação de Angola, que hoje deliberou a sua transformação em partido político.

Ricardo Leão elogiou a "forma livre" como decorreram os debates sobre questões importantes, manifestando a sua enorme satisfação pela "forma como os delegados ao congresso partilharam ideias, caminhos".

Segundo o deputado, o PS é um partido democrático e nessa condição "está em todos os processos democráticos", particularmente em países lusófonos.

Para o PS, realçou Ricardo Leão, é importante a criação de condições para que o resultado das eleições gerais, previstas para agosto de 2017, "seja a vontade do povo".

"É para isso que existem eleições, é para que o povo possa escolher quem é que os deve representar melhor e espero sinceramente que essas oportunidades existam, que os partidos possam ir a eleições de uma forma livre, espontânea e que tudo corra bem para bem da democracia, não só em Angola, mas como país irmão, país lusófono é sempre importante", frisou.

Sobre as relações entre Portugal e Angola, o deputado realçou a necessidade de se reforçar a existente, explorando parcerias diplomáticas, económicas e sociais.

"Achamos que é importante que essas relações se tornem cada vez mais fortes, há milhares de portugueses que aqui vivem, mas também há milhares de angolanos que também lá vivem", disse.

"Há muitas empresas que decidiram sediar-se aqui em Angola, como também há uma série de investimento angolano que é feito em Portugal, só por isso é importante que as relações se mantenham, que se tornem cada vez mais fortes, mas em áreas tão importantes como áreas culturais, sociais, essas parcerias não se devem cingir unicamente ao lado económico", concluiu.

Coligação angolana CASA-CE transformada em partido

A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) passou esta quarta-feira a partido político, decisão deliberada no II congresso ordinário da segunda força da oposição angolana.

A formação política mantém a mesma designação, retirando apenas a referência à coligação eleitoral.

A CASA-CE era uma coligação eleitoral que surgiu em 2012, mesmo ano em que concorreu às eleições gerais, nas quais elegeu oito dos 220 deputados à Assembleia Nacional.

Integravam a antiga coligação os partidos PADDA - Aliança Patriótica, o Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), o Partido Pacífico Angolano (PPA) e o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA).

A decisão foi hoje concretizada depois de fortes debates, devido à resistência de um dos líderes da coligação para a transformação em partido.

Alexandre Sebastião, líder do PADDA, vice-presidente eleito neste II congresso, foi hoje vaiado pelos delegados na sua apresentação.

Abel Chivukuvuku, que na terça-feira foi reconduzido no cargo pelos delegados, com 646 votos, correspondentes a 91,6% dos votos, apelou à serenidade e tranquilidade nas discussões de hoje, que conduziriam à transformação da coligação em partido.