"Foi uma rasteira pregada aos professores, que viram o procedimento alterado sem que os avisassem. Há que corrigir esta injustiça, nomeadamente por parte dos partidos que apoiam o Governo porque isto tem implicações na motivação dos professores e na qualidade do ensino", afirmou o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Amadeu Albergaria.
Em causa está o concurso de mobilidade interna para professores dos quadros, válido para períodos de quatro anos, no qual foram apenas tidos em conta os horários completos (22 horas letivas) e retirados, contrariamente ao habitual, os horários ditos incompletos com duração anual, por decisão administrativa do Ministério da Educação.
O movimento "Luta por Concursos de Professores Mais Justos", que congrega, segundo os próprios cerca de 3.000 docentes e já entregou uma providência cautelar contra o referido processo concursal, foi igualmente recebido hoje pelo grupo parlamentar do BE.
"Como houve uma enorme redução dos horários a concurso, muitos professores viram-se colocados a centenas de quilómetros das suas áreas de residência. Pior, como agora serão submetidos a concurso, através da reserva de recrutamento, os tais horários denominados por incompletos, aqueles professores vão ver-se ultrapassados por outros, em escolas mais perto, apesar de serem mais graduados", lamentou Paulo Fazenda, que pertence ao movimento "Luta por Concursos de Professores Mais Justos"
O conjunto de docentes pretende que o Ministério da Educação anule o concurso e volte a fazer o procedimento como antes ou que, no limite, dê oportunidade aos professores que estejam descontentes de optar por concorrer ao universo total dos horários disponíveis.
Segundo Paulo Fazenda existem diversos casos em que professores de São João da Madeira foram colocados em Almeida, de Braga em Figueira de Castelo Rodrigo ou de Santa Maria da Feira na Guarda, por exemplo.
"O PSD já fez uma pergunta ao Governo sobre a situação e aguarda a resposta. Têm-nos chegado dezenas de relatos destas situações em que os professores são colocados a dezenas ou centenas de quilómetros de distância", acrescentou o deputado do PSD.
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