“O apelo que faço ao presidente da mesa [Paulo Mota Pinto] é apenas ao bom senso: demonstre-o e altere o dia e hora do Conselho Nacional, ou pelo menos a hora”, defendeu Bruno Vitorino, sugerindo que a reunião se faça no sábado, começando logo de manhã, ou pelo menos que se altere para as 21:00 a hora do seu início na quinta-feira.
Bruno Vitorino salientou que, além de todos os conselheiros que trabalham e moram longe do Porto, há muitos deputados que são conselheiros – alguns com direito a voto e os restantes, defende, “com direito à opinião” – e questionou qual é o objetivo da direção.
“É que o partido dê uma péssima imagem e na quinta-feira tenha a bancada parlamentar vazia?”, afirmou, salientando que os parlamentares não abdicarão de participar no Conselho Nacional e terão as suas faltas justificadas por trabalho político.
De acordo com fontes parlamentares, alguns deputados já apelaram, por e-mail, ao líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, que interceda junto da direção para que altere a marcação da reunião do Conselho Nacional de modo a não prejudicar a imagem da bancada social-democrata.
Quanto à forma de votação da moção de confiança, Bruno Vitorino disse “nem sequer acreditar que não seja por voto secreto”.
“Aqui em Setúbal, combatemos muito os comunistas, eles é que votam de braço no ar”, afirmou.
O líder do PSD/Setúbal remeteu a sua posição política sobre a situação interna no partido para depois de uma reunião interna a realizar hoje com os militantes.
O regulamento do Conselho Nacional determina que as votações do Conselho Nacional se realizam por braço no ar, com exceção de eleições, deliberações sobre a situação de qualquer membro do Conselho Nacional e “deliberações em que tal seja solicitado, a requerimento de pelo menos um décimo dos membros do Conselho Nacional presentes”.
A reunião do Conselho Nacional extraordinário do PSD para submeter à votação a moção de confiança do presidente Rui Rio realiza-se na quinta-feira, no Porto, às 17.00, disse hoje à Lusa o presidente deste órgão, Paulo Mota Pinto.
O artigo 68.º dos estatutos do PSD determina que “as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante”.
A reunião surge depois do desafio do antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro ter pedido a convocação de eleições diretas antecipadas e de Rui Rio o ter rejeitado e decidido submeter a direção a um voto de confiança do Conselho Nacional.
O Conselho Nacional é composto por 136 membros, cerca de 70 eleitos e outros tantos por inerência.
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