Carles Puigdemont, que participou esta terça-feira numa cerimónia no Teatro Municipal de Amesterdão, na Holanda, disse que, a avançar com esta consulta, a única coisa que interessa é saber o que pensam na Catalunha.
“O que os outros pensam não importa, porque a questão não é a independência da Espanha, mas sim da Catalunha”, frisou, perante uma audiência com cerca de 700 pessoas, onde foi questionado pelo jornalista holandês Yoeri Albrecht.
Carles Puigdemont, que fugiu da justiça espanhola e reside na Bélgica, salientou que “a violência não é uma opção no caso Catalunha”.
“O recurso à violência é inaceitável numa Europa de século XXI e é inaceitável do ponto de vista dos direitos humanos. É impossível pensar num cenário de guerra”, declarou, referindo que a diferença entre um catalão que defende a independência e outro que prefere a união a Espanha reside em “questões políticas”.
Devido ao processo independentista que os partidos separatistas iniciaram na região espanhola da Catalunha e que resultou numa declaração ilegal de independência a 27 de outubro de 2017, o Supremo Tribunal espanhol indiciou por rebelião 13 líderes políticos e sociais, dos quais nove estão em prisão preventiva e quatro fugiram de Espanha, incluindo Puigdemont.
O Governo regional liderado por Carles Puigdemont, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo a 1 de outubro de 2017, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
Na segunda-feira ao fim do dia, quando passou um ano do referendo, numa concentração junto à sede da Polícia Nacional, em Barcelona, os manifestantes arremessaram objetos e tinta contra os agentes que estavam no local, enquanto no parlamento da Catalunha tentaram retirar as vedações de proteção e entrar no edifício.
Ativistas independentistas tinham bloqueado logo de manhã autoestradas, linhas de caminho de ferro e várias artérias de Barcelona, e ao longo de todo o dia ocorreram outras ações dos movimentos separatistas
Os independentistas reclamam há muito tempo um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque (Canadá) ou na Escócia (Reino Unido).
No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se esta for realizada a nível nacional.
Comentários