A campanha entrou hoje na segunda semana, no mesmo dia em que milhares de eleitores foram votar antecipadamente em mobilidade, incluindo o secretário-geral do PS, o dirigente do Livre e cabeça-de-lista por Lisboa, Rui Tavares, e o dirigente comunista João Oliveira.

O dia ficou também marcado por questões de governabilidade e até houve convite do Bloco de Esquerda para reunir com o PS depois das eleições.

A coordenadora do BE convidou o líder do PS para uma reunião no dia seguinte às eleições para um acordo de quatro anos, defendendo que só haverá confiança dos eleitores "se houver entendimento".

“Digo por isso ao doutor António Costa que o Bloco está disponível e o convida para que nos reunamos no dia 31 de janeiro para trabalharmos numa agenda de medidas e metas para quatro anos. Levarei para a mesa as prioridades na saúde, no trabalho e no clima. Nessa mesa estarão todos os que foram esquecidos nestes anos e lá estarão as soluções para respeitar este povo”, apelou Catarina Martins.

A assistir de fora, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, que esteve em campanha entre a Covilhã e a Guarda, sugeriu que o BE está dessa forma a querer "lavar a mão" da responsabilidade que teve na criação da "crise política em cima de uma crise socioeconómica e sanitária sem precedentes".

Já este sábado, em entrevista à RTP, e sem mencionar reuniões, João Oliveira colocava — pela primeira vez — a possibilidade de entendimento da CDU com o PS depois das eleições.

"Fomos e continuaremos a ser uma força de convergência", argumentou o cabeça-de-lista por Évora, rosto da campanha da CDU face à ausência de Jerónimo de Sousa.

No entanto, o primeiro passo terá de ser António Costa a dar. "Precisamos daquela resposta que o PS ainda não deu, se aceita ou recusa a convergência com a CDU para responder aos problemas do país", disse.

E voltando às reuniões, o dirigente do Livre tem defendido uma convergência à esquerda e até uma eco-geringonça. Rui Tavares já disse que vai convidar os partidos à esquerda (PS, BE, PCP, Os Verdes e PAN) para encontros logo após dia 30 de janeiro.

A agenda para dia 31 começa a preencher-se. Acabará tudo num trinta-e-um?