Esta é a primeira cimeira de líderes europeus desde que o político republicano regressou à Casa Branca, e também é a primeira reunião inteiramente dedicada à defesa.

É também a primeira reunião entre os líderes da UE, com a presença do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, desde que o Reino Unido deixou o bloco europeu.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, que os países da UE na NATO concluíram que devem aumentar os gastos com defesa.

No entanto, Trump insiste que os países europeus não estão a fazer o suficiente, e sugeriu inclusive que os aliados não podem mais considerar a proteção dos EUA como um facto consumado.

Portanto, pressiona  os países da NATO a aumentem os gastos militares para 5% do PIB, uma meta fora do alcance da maioria.

Com relação à Ucrânia, os europeus temem que Trump os afaste de possíveis negociações para pôr fim ao conflito com a Rússia e force Kiev a fazer concessões.

Mas as ameaças do magnata republicano espalharam-se para os próprios países da UE, como a crescente pressão sobre a Dinamarca para obter o controlo da Gronelândia.

No sábado, Trump impôs tarifas pesadas a dois aliados tradicionais, México e Canadá, assim como à China, e é provável que o assunto seja abordado na reunião desta segunda-feira.

Os países europeus reconhecem a necessidade de aumentar os gastos com a defesa, mas não há um acordo geral sobre como fazê-lo.

Os principais obstáculos concentram-se em como financiar esses investimentos.

Além disso, a necessidade de adquirir mais armas levanta a questão de se essas compras devem ser feitas dentro ou fora da UE e qual o papel que a NATO deve desempenhar no processo.

Assim, cresce a pressão para que o Banco Europeu de Investimento (BEI) aloque mais recursos para a indústria de defesa, e até mesmo a ideia de assumir uma dívida conjunta da UE para esse fim está a ser pensada.

Vários países insistem que as compras sejam feitas dentro do bloco, mas isso exige grandes investimentos para fortalecer o setor de defesa europeu.

Nesta discussão, há vozes que apontam que, até que a indústria europeia tenha a capacidade de suprir a demanda, a alternativa seria comprar aos Estados Unidos, um gesto que também poderia tranquilizar Trump.

A questão que permeia todo esse debate está centrada na definição dos papéis da UE e da NATO.

A presença do primeiro-ministro britânico numa cimeira voltada para a defesa é altamente simbólica.

Após o traumático Brexit, Starmer tenta reconstruir as relações com a UE, e uma questão de interesse comum é claramente a defesa.