Esta posição foi expressa por Rui Rio, após um encontro com a nova presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes, a primeira mulher a liderar a ‘jota’, e a poucas horas do debate, no parlamento, de duas propostas de lei para aumentar as quotas de representação de cada um dos sexos de 33,3 para 40% no poder político e nos cargos dirigentes da administração pública.

Rio admitiu que a lei já em vigor, que impôs as quotas, “aparentemente com pouca racionalidade”, foi “algo necessário para conseguir” ter “mais mulheres na política”.

Agora, com a novas propostas do executivo, “a quota aumenta mais e as regras são mais apertadas e podem criar dificuldades”.

O ex-presidente da Câmara do Porto deu o exemplo das juntas de freguesia, especialmente em zonas rurais, que podem vir a ter dificuldades em cumprir as quotas nas listas candidatas às eleições autárquicas.

“Pode ser um problema sério”, alertou.

A poucas horas do debate das propostas de lei do Governo, a par de um projeto de lei do PCP com objetivos idênticos, o líder social-democrata disse esperar que, na apreciação na especialidade, “haja algum equilíbrio com algumas dificuldades”, como as das listas às juntas.

Independentemente de estar de acordo com o princípio – “os objetivos estão corretos” - Rui Rio aconselhou prudência na apreciação do diploma.

“Às vezes queremos fazer bem e podemos estar a fazer mal com tanto bem que queremos fazer”, afirmou.

Margarida Balseiro Lopes, que também é deputada, não se comprometeu com um sentido de voto no parlamento, mas valorizou as questões de igualdade de género.

Nesse capítulo, afirmou, sorridente, "a JSD tem provadas já" e deu o exemplo.

"Eu sou mulher, a secretária-geral é mulher, a presidente da mesa do congresso é mulher, a diretora administrativa e financeira é mulher", acrescentou, concluindo: "Mais do que falar vamos fazer."

[Notícia atualizada às 15:16]