“No dia 19 de fevereiro, sob a direção do comandante supremo das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, vai ser organizado um exercício planificado das forças de dissuasão estratégica”, indicou um comunicado do Ministério da Defesa russo.
De acordo com o mesmo documento, “os tiros de mísseis balísticos e de mísseis de cruzeiro” vão realizar-se no quadro dos exercícios que já decorrem e que envolvem soldados da Zona Militar do Sul da Rússia, forças “aeroespaciais”, forças estratégicas e ainda das frotas navais russas no Mar do Norte e no Mar Negro.
De acordo com o Ministério da Defesa, estas manobras visam “testar a prontidão” das forças envolvidas e a “fiabilidade das armas estratégicas nucleares e não nucleares”.
As forças “estratégicas” russas, de acordo com a definição traçada por Moscovo, foram concebidas para responder a cenários de ameaça, incluindo uma guerra nuclear.
Estão dotadas de mísseis intercontinentais de longo alcance, bombardeiros estratégicos de longo alcance, submarinos, navios de superfície e de uma força aérea naval que transporta mísseis convencionais de longo alcance.
Estes novos exercícios ocorrem numa altura de forte tensão entre o Ocidente e a Rússia, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar até 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos acusaram-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra se prolonga desde 2014.
As autoridades ucranianas referem 20 violações do cessar-fogo pelos separatistas pró-russos durante a noite passada, enquanto as milícias pró-Rússia acusam as Forças Armadas de Kiev de terem efetuado 27 disparos nas últimas horas.
Em 2014, a Rússia anexou a península da Crimeia, o que desencadeou uma guerra na região do Donbass (leste ucraniano) que provocou até hoje mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
Esta semana, a câmara baixa do parlamento russo (Duma) aprovou um apelo dirigido a Vladimir Putin para que este reconheça a independência dos territórios separatistas da Ucrânia.
O reconhecimento da independência destes territórios pode significar o fim dos Acordos de Minsk, firmados em 2015 sob a mediação da França e da Alemanha.
Nos últimos meses, 720 mil residentes das zonas separatistas receberam passaportes russos e estatuto de cidadania por parte de Moscovo.
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