Em entrevista ao jornal Público e à Renascença, a primeira entrevista desde que assumiu o cargo, Paulo Duarte de Sousa, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, diz que sete meses de trabalho depois, a prioridade é implementar um plano de reestruturação que recupere as contas perdidas durante "o período longo" de gestão "deficitária" da Santa Casa.
O Programa de Investimento e Desinvestimento proposto para os próximos três anos de mandato de Pedro Duarte de Sousa visa, em primeiro lugar, "garantir a sustentabilidade futura da instituição". Parte desse plano incide sobre um "parque de ativos imobiliários muito significativo, pouco rentável", avaliado em cerca de mil milhões de euros, e que a Santa Casa quer "tornar uma das fontes de receita".
De acordo com o provedor, para a Santa Casa estar "confortável", a posição da tesouraria líquida terá de atingir "100 milhões de euros". Isto implica a canalização de receitas, além da proveniente dos jogos sociais, a que Pedro Duarte de Sousa nomeia "fontes alternativas".
Entre os restantes rendimentos, o provedor prevê a alienação de cerca de 80 milhões de euros de património da instituição, que servirão para o investimento em mobiliário. O provedor tenciona que estes recursos sejam aplicados nos imóveis em nome da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em "estado de degradação muito elevado" e com uma "taxa de desocupação de cerca de 43%".
No entanto, Pedro Duarte de Sousa explica que nem todo o financiamento deve resultar da venda de património. Só em rescisão de contrato de rendas que a Santa Casa não utiliza, a instituição poupa 300 mil euros por ano.
Pedro Duarte de Sousa anuncia também a existência de um programa de pré-reformas, inserido no plano de reestruturação. Esta medida prevê a correção da "pirâmide etária da Santa Casa", que implica, além da modernização da equipa, a correção de casos de conflitos de interesse entre trabalhadores da mesma família.
Até ao momento, a saída da funcionários custou 455.657,70 euros à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
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