“Estamos a acompanhar com muita atenção e muito de perto, designadamente no quadro das organizações a que pertencemos, quer na União Europeia, quer na NATO”, disse esta sexta-feira à Lusa Augusto Santos Silva, quando questionado sobre possíveis ataques militares dos Estados Unidos, França e Reino Unido em resposta ao alegado ataque com armas químicas na Síria.

“Compreendemos bem a posição dos nossos aliados quando dizem que é preciso reagir com firmeza à eventual utilização de armas químicas na Síria, reagindo contra os seus responsáveis, mas que devemos fazê-lo com certeza”, defendeu.

Questionado sobre se considera que já existe essa certeza sobre o ataque do fim-de-semana passado em Douma, Síria, atribuído ao regime de Bashar al-Assad, o ministro dos Negócios Estrangeiros respondeu: “Os franceses têm dito que na opinião deles há provas e os americanos têm dito que estão a procurar essas provas. Vamos ver, todos temos de ser muito cautelosos”.

Santos Silva recordou que Portugal integra a coligação internacional de combate ao Estado Islâmico, colabora na formação de forças locais, nomeadamente no Iraque, e na partilha de informações.

Os Estados Unidos, França e o Reino Unido têm efetuado consultas sobre o lançamento de um ataque militar, mas o momento e a escala de qualquer ação ainda não são claros.

Mais de 40 pessoas morreram no sábado passado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram “nenhum vestígio” de substâncias químicas.

Citando informações fornecidas por organizações de saúde locais em Douma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou na quarta-feira que “cerca de 500 pessoas procuraram centros de atendimento exibindo sintomas de exposição a elementos químicos e tóxicos”.

O gabinete de crise britânico deu esta quinta-feira ‘luz verde’ à primeira-ministra, Theresa May, para se juntar aos Estados Unidos e à França e planear possíveis ataques militares em resposta ao alegado ataque com armas químicas na Síria.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou dispor de “provas” de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas num ataque contra a localidade rebelde síria de Douma.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ainda não tomou uma decisão final sobre eventuais ataques na Síria, informou a Casa Branca na quinta-feira.